segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

VIOLÊNCIA MANCHA ULTIMA RODADA DO BRASILEIRO


Violência entre torcidas mancha última rodada do Campeonato Brasileiro, Briga entre facções de Atlético Paranaense e Vasco deixa quatro feridos com gravidade e por pouco não provoca mortes dentro do estádio

O Estado de S. Paulo, 08 de dezembro de 2013 | 17h 37


JOINVILLE - Atualizado às 6h15 - Cenas de vandalismo e de violência brutal mancharam a imagem do país do futebol, que vai ser sede em 2014 da Copa do Mundo. Torcedores do Atlético-PR e do Vasco se enfrentaram neste domingo na arquibancada da Arena Joinville e quatro deles ficaram feridos com gravidade. Três torcedores do Vasco foram detidos.

Por pouco, não houve uma tragédia. As imagens mostradas pela TV e espalhadas em minutos por todo o mundo levaram ao desespero os atletas dos dois times. Rapazes eram pisoteados e linchados por rivais; outros, já desacordados, recebiam chutes no rosto e por todo o corpo. Houve também quem aplicasse com barras de ferro golpes em pessoas já caídas e sem condições de se defender.

Não havia policiais militares na arquibancada. A segurança no local cabia a agentes privados contratados pelo Atlético.

O confronto teve início aos 17 minutos de jogo - vencido pelo Atlético-PR por 5 a 1, o que rebaixou o Vasco à Serie B. Grupos de torcedores se aproximaram de uma área "neutra" do estádio, onde não havia público, para começar a briga.

No mesmo instante, os atletas deixaram a bola de lado e correram para próximo do local em que centenas de torcedores começavam a trocar socos e pontapés. O apelo maior partiu de jogadores do Atlético.

Na sequência, "torcedores" do Atlético encurralaram os do Vasco. Havia focos isolados de agressões, quando um torcedor do outro clube era capturado. Iniciava-se assim uma sessão de linchamento transmitida ao vivo pela TV.

A partida ficou interrompida por 61 minutos. O auge da confusão durou quase dez minutos, até a intervenção de policiais militares munidos de armas que disparavam balas de borracha.

Em meio ao conflito, podiam-se ver pais abraçando filhos pequenos, crianças, em busca de abrigo. Um helicóptero posou no gramado para socorrer um torcedor inconsciente.

Os quatro atendidos no Hospital São José, em Joinville, foram William Batista, de 19 anos, com traumatismo craniano, Estevão Vianna, 24 anos, e Gabriel Ferreira Vitael, 29 anos, ambos com várias lesões e pancadas na cabeça. Diogo Cordeiro da Costa sofreu cortes e hematomas, mas foi liberado às 20h35. O primeiro caso é o mais grave. De acordo com o diretor de Unidade Técnica do hospital, Franco Haritch, nenhum dos torcedores corre risco de morte.

Três torcedores vascaínos foram detidos: Jonathan Santos, 29 anos, Arthur Barcelos de Lima Ferreira, 26, e Leone Mendes da Silva, 23 anos. Ele estava escondido no banheiro de um ônibus da torcida, que já deixava a cidade. Leone era quem segurava um artefato com um parafuso na extremidade e atacava um torcedor desacordado.

O clima de animosidade entre as duas torcidas teve início fora da Arena de Joinville, onde houve os primeiros confrontos.

O jogo em Joinville se deu por causa da perda de mando de campo do Atlético-PR, em razão de distúrbios provocados por sua torcida no jogo com o Coritiba em 6 de outubro.

Durante a paralisação, o Vasco insistiu com o árbitro Ricardo Ribeiro que a partida não fosse reiniciada. O Atlético, que já vencia por 1 a 0, pressionou no sentido contrário. Com a ocupação da arquibancada por mais PMs, pôde-se ver um pouco de futebol. O resultado classificou o Atlético à Libertadores.


CBF e Aldo Rebelo repudiam briga de torcidas em Joinville. Ministro diz que pretende intermediar uma discussão entre o MP e a polícia para definir como deve ser feita a segurança nos estádios brasileiros

09 de dezembro de 2013 | 9h 17

Agência Estado


SÃO PAULO - A CBF e o Ministério do Esporte lamentaram e condenaram os atos de violência que quase impediram a realização da partida entre Atlético Paranaense e Vasco, domingo, na Arena Joinville, em Santa Catarina, pela última rodada do Brasileirão. Com cenas chocantes, a briga de torcidas levou quatro feridos ao hospital.

"O futebol é a maior paixão do brasileiro e como tal tem de ser encarado, com o espírito de esportividade e alegria. Não podemos mais permitir que episódios de violência e de selvageria voltem a ser vistos por todos nós e pelos verdadeiros torcedores que amamos esse esporte. A CBF vai agir, mais uma vez, para combater essa violência injustificável", prometeu o presidente José Maria Marin.

Antes de tomar uma decisão, contudo, o dirigente avisou que vai aguardar a investigação do caso pelos órgãos envolvidos na partida. "É o que cabe à CBF neste momento. Temos de aguardar a posição de todos os setores envolvidos na questão", declarou Marin, que prometeu também discutir "propostas e projetos que consigam abolir definitivamente esses episódios de selvageria dos nossos estádios", segundo informou a nota da CBF.

Também em nota o ministro Aldo Rebelo repudiou a violência e cobrou punição aos envolvidos. "O Ministério do Esporte condena a violência que tomou conta das arquibancadas da Arena Joinville, em Santa Catarina, durante o primeiro tempo do jogo entre Atlético-PR e Vasco da Gama", disse o ministro.

"Os responsáveis devem ser identificados e punidos, cumprindo-se o Estatuto do Torcedor, que prevê penas de reclusão e de banimento dos estádios aos torcedores que cometerem atos de violência", cobrou Aldo Rebelo.

O ministro disse ainda que pretende intermediar uma discussão entre o Ministério Público e a polícia para definir como deve ser feita a segurança nos estádios brasileiros. "O Ministério do Esporte também vai procurar o Conselho Nacional do Ministério Público para um entendimento comum sobre a presença da Polícia Militar no interior dos estádios de futebol."

A partida entre Atlético e Vasco teve início sem policiais nas arquibancadas, somente nos arredores da Arena Joinville. Câmeras constataram a presença de apenas seis seguranças nos limites da torcida atleticana antes dos confrontos. Não havia barreiras físicas entre os dois grupos de torcedores.

Depois da briga generalizada, a Polícia Militar disse que a ausência de policiamento dentro do estádio foi resultado de um "entendimento" com o Ministério Público. O MP, porém, alegou não ter feito nenhuma determinação para que a polícia atuasse somente na parte exterior do estádio. 

RADIO ESTADÃO

Porta-voz da PM admite que segurança privada não estava preparada para jogo entre Atlético e Vasco

A porta-voz do Comando Geral da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Claudete Lehmkuhl, conversou com os apresentadores Haisem Abaki e Mia Bruscato e com o colunista Luiz Antônio Prósperi.


Nenhum comentário:

Postar um comentário