segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

SELVAGERIA NO FUTEBOL

ZERO HORA 09 de dezembro de 2013 | N° 17639


EDITORIAIS


O espetáculo não poderia ter sido pior para a imagem do Brasil. Dois dias depois do sorteio dos grupos da Copa de 2014, com os olhos do mundo voltados para o nosso futebol, torcedores do Atlético Paranaense e do Vasco promoveram uma pancadaria selvagem nas arquibancadas da Arena Joinville, onde o jogo foi realizado. A briga resultou em vários feridos, três deles hospitalizados em estado grave. Ficou evidente a imprevisão dos organizadores do jogo, que era decisivo e reunia torcidas organizadas com histórico de violência.

De acordo com o comando da Polícia Militar, a tropa demorou a intervir porque a segurança no interior das praças esportivas é feita por agentes privados – como também ocorre nas competições organizadas pela Fifa. Ainda assim, é incompreensível que a CBF e os dirigentes dos dois clubes não tenham reforçado o controle, sabendo que se tratava de um jogo de vida ou morte para o Vasco, que tentava se livrar do rebaixamento, e de extrema importância para o Atlético PR, em busca de vaga na Libertadores. Nada disso justifica a brutalidade. Nem deve inibir a polícia de uma investigação rigorosa, para que os responsáveis pelas agressões sejam punidos.

Mas o estrago já está feito. As cenas de batalha – agressões de parte a parte, torcedores chutados e pisoteados, muita correria e paralisação da partida por mais de uma hora – correram o mundo com a instantaneidade da era digital e já suscitam questionamentos sobre a capacidade do Brasil para realizar uma Copa sem expor a riscos os visitantes. Com dirigentes tão lenientes, fica mesmo difícil assegurar aos estrangeiros que nada ocorrerá.

O mínimo que se espera, agora, é que o deplorável episódio de ontem acorde as autoridades e gere providências efetivas de combate à violência nos estádios.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Não consigo entender as autoridade brasileiras que não querem enxergar a realidade dos fatos e se submeter à experiência dos países desenvolvidos que passaram pelo mesmo e conseguiram soluções para conter e inibir o holiganismo. Os Congressistas já estão em recesso e ficarão de férias por dois meses, a justiça também, e o Executivo só está pensando na forma de manter seu projeto de governo por mais 20 anos. Até agora, as soluções encontradas são culpar a inoperância ou a truculência da polícia, privar os clubes de seus estádios e esvaziar de torcedores os eventos desportivos. Ora, quem deve ser punido são os bandidos que atuam, infiltrados como torcedores, como se as cores de seu time fosse o cabo e a bandeira de guerra para as batalhas contra outros exércitos de times rivais. Até agora, as punições foram leves e não impediram que estes bandidos continuassem impunemente participando de "torcidas organizadas" (muitas patrocinadas por clubes, conselheiros e jogadores) e indo aos jogos envergando farda, bandeira e grito de guerra. Até quando? 

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