terça-feira, 10 de dezembro de 2013

GOVERNO QUER SEGURANÇA PADRÃO FIFA NOS JOGOS NACIONAIS

REVISTA VEJA 10/12/2013 - 15:54

Cardozo defendeu a adoção do modelo usado na Copa das Confederações (e previsto para a Copa do Mundo) também nas partidas entre clubes brasileiros

Marcela Mattos, de Brasília




Briga de torcedores durante partida entre Atletico PR x Vasco, válida pela última rodada do Campeonato Brasileiro, realizada no Arena Joinville - Carlos Moraes/Agencia O Dia/Reuters
A Fifa se diz confiante na segurança da Copa, já que adotará um modelo bem-sucedido nas edições anteriores do evento

Depois da briga entre as torcidas organizadas do Vasco e do Atlétic-PR, no último domingo, o Ministério da Justiça estuda aplicar as diretrizes de segurança adotadas durante a Copa das Confederações e já previstas para a Copa do Mundo de 2014 também nos jogos do Campeonato Brasileiro e dos torneios estaduais. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira que o episódio que deixou quatro feridos e teve enorme repercussão internacional ocorreu sob circunstâncias muito diferentes dos torneios organizados pela Fifa, que podem passar a servir como exemplo para a realização das competições nacionais.

“Nós vamos sentar e discutir. É possível até que algumas situações que já foram avaliadas na Copa das Confederações e serão implementadas na Copa do Mundo possam ser colocadas em prática nos jogos dos campeonatos estaduais e do Campeonato Brasileiro”, disse Cardozo. O ministro reforçou que este é momento de o governo federal, os governos estaduais e o Ministério Público discutirem sobre a violência nos estádios “para evitar que cenas lamentáveis como essas que vimos em Joinville não sejam mais vistas”. Uma reunião entre representantes do Executivo e entidades esportivas está prevista para esta quinta-feira.

Para a Copa das Confederações e o Mundial de 2014, o governo federal criou o Sistema Integrado de Comando e Controle de Segurança, que, entre outras atribuições, visa monitorar vídeos, identificar movimentações fora do padrão e acionar forças indicadas para a resolução do conflito. Os centros são integrados por bombeiros, policiais militares, civis e federais, além da Defesa Civil. Ainda há a previsão de policiais militares serem alocados dentro dos estádios – o que não foi observado durante a confusão deste domingo.

De acordo com Cardozo, em relação à Copa do Mundo, as questões de segurança dos estádios “já estão há muito tempo definidas em um plano bem posto em que a Fifa, o Ministério da Defesa e a Secretaria de Grandes Eventos trabalharam juntos”. “Não tenho a menor dúvida de que na Copa do Mundo teremos um excelente padrão de segurança nos estádios”, disse o ministro.

Depois das cenas de selvageria em Joinville, a Fifa lamentou o episódio, mas ressaltou as diferenças entre a segurança que cerca um jogo comum no país-sede e uma partida de Mundial. "Para a Copa de 2014 haverá um conceito bastante completo de segurança, em operação integrada entre as autoridades de segurança públicas e privadas, tudo para garantir a segurança dos torcedores, jogadores e outros envolvidos." Nesta terça, o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, também se disse tranquilo. "Não posso garantir totalmente que na Copa não vai acontecer uma briga, mas posso afirmar com 99,9% de certeza que isso não vai acontecer", disse o cartola, em referência ao padrão de segurança adotado pela Fifa nos Mundiais.


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