quarta-feira, 4 de abril de 2012

LÍDERES DA GAVIÕES E DA MANCHA SÃO PRESOS

Polícia prende ex-presidente da Gaviões e vice da Mancha. RAFAEL VALENTE, COLABORAÇÃO PARA A FOLHA - 04/04/2012 - 11h00

O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) realizou operação na manhã desta quarta-feira que prendeu torcedores da Mancha Alviverde e da Gaviões da Fiel.

Entre os torcedores detidos está Lucas Leso, vice-presidente da Mancha Alviverde, e irmão de André Alvez Leso, morto na briga entre as duas torcidas organizadas no último dia 25. Na semana passada, Tiago Leso, irmão gêmeo de André já havia sido preso.

De acordo com Moacir Bianchi, ex-vice-presidente da Mancha, nove mandados de prisão desde o confronto do último dia 25 foram expedidos contra integrantes da organizada.

A polícia também prendeu na manhã desta quarta três torcedores da Gaviões da Fiel, entre eles Douglas Deungaro, conhecido como Metaleiro, ex-presidente da organizada. Além da prisão, os policiais também encontraram paus e barras de ferro na sede da torcida.

"Os três detidos estão sendo averiguados e vão ser interrogados para ver se eles participaram da briga. Vamos aguardar o depoimento para falar sobre o caso", disse o advogado da Gaviões da Fiel, Davi Gebara.

Na semana passada, a polícia já havia efetuado outras prisões. Além da prisão dos torcedores, a Polícia Civil também fez apreensão de computadores nas sedes das duas torcidas.

A investigação das torcidas de Corinthians e Palmeiras, respectivamente, com sede no Bom Retiro e na Barra Funda, foi feita pela Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) em conjunto com a DHPP (Delegacia de Homicídio).

A polícia começou a investigar as duas torcidas após o confronto entre cerca de 300 torcedores do Corinthians e do Palmeiras na avenida Inajar de Souza, no bairro do Limão, horas antes do clássico entre as duas equipes no Pacaembu, realizado no último dia 25.

Na confusão, André Alvez Lezo, 21, foi morto com um tiro na cabeça. Dois dias depois, Guilherme Vinicius Jovanelli Moreira teve a morte cerebral confirmada pelo Hospital São Camilo.

Em virtude da violência e da morte dos torcedores, a Federação Paulista de Futebol proibiu as duas organizadas de entrar nos estádios.

domingo, 1 de abril de 2012

VANDALISMO SEM PUNIÇÃO


Guerra de torcidas organizadas que provocou a morte de dois jovens no domingo ainda é investigada e poucas medidas foram adotadas contra as facções. 01 de abril de 2012 | 3h 03. O Estado de S.Paulo

Uma semana após a batalha na avenida Inajar de Souza, em São Paulo, entre as facções Mancha Alviverde, do Palmeiras, e Gaviões da Fiel, do Corinthians, quando dois torcedores foram mortos, nem a polícia e muito menos os responsáveis pela segurança pública colocaram as mãos nos criminosos.

As primeiras medidas contra a violência no futebol, depois dos homicídios no domingo, foram anunciadas durante a semana. Mancha e Gaviões foram proibidas pela Federação Paulista de Futebol de entrar nos estádios.

Busca e apreensões foram feitas nas sedes das facções e nas casas de alguns suspeitos. A titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, delegada Margarette Barreto, garante que o balanço das investigações vai ser positivo.

Enquanto isso o Ministério Público de São Paulo pediu para não se vender mais ingressos nas sedes das torcidas - prática corriqueira entre as facções - envolvidas na batalha de domingo.

Quase um mês antes da guerra na avenida Inajar de Souza, um torcedor do Guarani foi morto em um confronto entre torcidas organizadas em Campinas.

A pedido do Ministério Público, a Federação Paulista decidiu proibir a entrada de integrantes das torcidas organizadas Torcida Jovem Amor Maior e Serponte, da Ponte Preta, e Fúria Independente e Guerreiros da Tribo, do Guarani, nos estádios por tempo indeterminado, até o final das investigações sobre a morte do torcedor Anderson Ferreira. O caso não está encerrado.

Balanços não oficiais atestam que nos últimos 18 anos pelo menos 84 torcedores morreram vítimas da violência no futebol no País. Todas as tentativas de se coibir o vandalismo no âmbito do esporte no Brasil, por enquanto, não deram resultado.

Na Europa, matriz de graves conflitos entre torcedores e dos hooligans, houve um pacto em todas as instâncias dos governos e do comando do futebol para se acabar com a violência no final dos anos de 1980 e meados de 1990. Os resultados foram exemplares e ainda hoje servem como referência.