quarta-feira, 31 de agosto de 2011

RELATÓRIO TAYLOR: COMO MUDAR O FUTEBOL DE UM PAÍS


Relatório Taylor: como mudar o futebol de um país - click esportes, 29 de fevereiro de 2008

O Relatório Taylor, escrito pelo Lord de Gosforth Peter Taylor sobre a tragédia de Hillsborough, quando morreram 95 torcedores do Liverpool esmagados em um jogo da Copa da Inglaterra contra o Nottingham Forest em Sheffield, deveria ser livro de cabeceira de todo regulamentador do esporte e dirigente de futebol brasileiro.

Ele promoveu profunda reformulação em todo o futebol inglês, envolvido em três décadas de violência institucional e de tragédias isoladas. Que, em menos de dez anos, migrou para um nível elevado de organização, rentabilidade financeira e espetáculos de puro entretenimento.

A melhor simplificação do que foi o Relatório Taylor eu vi no Blog Paz no Esporte, do Marco Aurélio Klein:

Muito falado no Brasil e pouco conhecido na prática, o Relatório Taylor, de autoria do inglês, Peter Taylor, juiz de primeiríssima importância nas cortes inglesas, falecido em 1996 (…) O trabalho realizado pelo juiz Taylor – responsável pelo inquérito sobre uma das mais emblemáticas tragédias da história do futebol (The Hillsborough Stadium Disaster Inquiry Final Report, conhecido mundialmente como Taylor Report), em 1989, a mim sempre pareceu o marco divisor quando se fala de prevenção da violência, segurança e conforto dos torcedores.

O juiz Taylor entendeu claramente o quanto era fundamental melhorar o todo do espetáculo futebol. Isto significando, a organização, a qualidade da infraestrutura, os processos de segurança, bem como a importância de relacionar as práticas mais importantes com uma legislação adequada, que responsabilizasse clubes, entidades da administração esportiva, autoridades locais, responsáveis pela segurança e ordem pública, bem como torcedores.

Seu trabalho, de estonteante simplicidade – difícil de imitar, mais do que a fonte que merece este tributo, é uma lição muito especial, a mais difícil porque prática, de como examinar um tema de maneira profunda, nunca permitindo que isto o afastasse do seu mais nobre objetivo: a proteção do verdadeiro torcedor.

A modificação de pocilgas literalmente centenárias como o Valley Parade, que causaram tragédias como um incêndio no jogo Bradford City x Lincoln City em 1985. Na ocasião, 56 torcedores morreram queimados em um incêndio que se propagou na madeira e no lixo acumulado dentro do estádio, que teve 1/4 de sua área incendiada em menos de sete minutos.

Hoje estádios monumentais, que geram rios de dinheiro e absolutamente magníficos como o Emirates Stadium, e novos projetos em andamento (estádios novos para os dois times de Liverpool). O Manchester United tem mantido uma média ‘modesta’ de… 75 mil torcedores por jogo.

Leiam a íntegra do Relatório Taylor, apresentado em 1990 e que mudou a cultura mundial para o futebol como entretenimento e negócio. Vale refletir.

HOOLIGANISMO PRECISA SER ESTUDADO E MEDIDAS PENSADAS


Hooliganismo precisa ser estudado e as medidas pensadas são, todas, inúteis - por Mauro Cezar Pereira, blogueiro do ESPN.com.br - 16/02/2011

Sempre que uma grande confusão em estádio de futebol acontece, tudo se repete. Polícia, maioria da imprensa e torcedores comuns, os da paz, demonstram total desconhecimento quanto ao fenômeno denominado hooliganismo.

Os ingleses não acabaram com torcedores violentos, apenas os afastaram dos estádios. Sabem que eles dificilmente deixarão de existir, o jeito é contê-los. E para isso é preciso entendê-los. Mas as ditas autoridades brasileiras parecem longe disso.

Há tempos que em território britânico os hooligans só se enfrentam em situações específicas, nos confrontos fora dos estádios, que sequer precisam acontecer em dias de jogos. No Brasil não tem sido tão diferente, até brigas são agendadas via internet, como sabemos.

Antes de chegarem ao atual estágio, na Inglaterra tentaram acabar com as facções que se parecem com as torcidas organizadas daqui. Não deu certo. Elas apenas mergulharam na clandestinidade e em alguns casos ficaram até mais fortes. O anonimato, o desconhecimento das lideranças facilitou tudo.

O caminho foi entendê-los e punir severamente quem de alguma forma brigar em estádio ou comprovadamente estiver ligado a grupos violentos de torcedores. Não por acaso o hooliganismo inglês hoje se manifesta eventualmente, quando a seleção da Inglaterra ou algum time sai do país para jogar e encontra policiais que não sabem como enfrentá-los.

Banir a torcida visitante é uma das propostas apresentadas em momentos como o atual, após a confusão de domingo no Morumbi antes e depois de São Paulo 1 x 1 Corinthians. Tolice. Os argentinos tentaram isso e desistiram. Na Inglaterra também não é assim. Se fosse solução, evidentemente teriam adotado tal medida.

Mas você perguntará, "por que tolice?" Ora, chega a ser ingênuo imaginar que organizações (sim, elas são mesmo organizadas) como Mancha (Alvi) Verde, Gaviões da Fiel, Independente Tricolor, Torcida Jovem do Santos, Camisa 12, TUP, Dragões da Real, Pavilhão 9, entre outras, simplesmente aceitariam o veto, civilizadamente.

Um dos riscos, óbvios, decorrentes de uma proibição de torcedores visitantes nos estádios é o de emboscadas armadas pelos que não puderem acompanhar o jogo in loco. Impossibilitados de comparecer, seja lá em que número for, evidentemente esses indivíduos não ficariam em casa vendo a partida pela TV sem tomar uma atitude. Uma atitude agressiva, claro. Mas se eles vão às arquibancadas é possível controlá-los, afinal, estão ali. Contudo, é preciso saber como fazer isso.

Outra proposta, de redução dos 10% para 5% dos ingressos para os visitantes é ilusória, parte de quem, nitidamente, precisa estudar mais profundamente o tema. Num universo de, digamos, 2 mil torcedores, ou mesmo mil, basta uma centena de elementos dispostos a tudo para um conflito de grandes proporções acontecer.

Aí você pergunta, qual a saída então? Policiamento treinado, bem treinado, qualificado, leis severas e punições duras. Decisões nesse terreno não podem ficar apenas nas mãos dos cartolas. Isso envolve segurança pública, vai muito além.

Torcida do River Plate encara policiais no Paraguai


E aí temos um enorme problema. Em geral, os policiais brasileiros não sabem controlar muiltidões em estádios de futebol, a ponto de terem sido colocados para correr do anel inferior do Morumbi em 2005 por "Los Borrachos Del Tablón", os barra-brava (torcida violenta) do River Plate, momento antes do jogo com o São Paulo pela Libertadores — clique aqui para ver o vídeo.

O hooliganismo está na América do Sul, no Reino Unido, nos balcãs, na antiga "Cortina de Ferro". Conter tal fenômeno pautado pela violência não é fácil. É tarefa para gente especializada, que estude, se aprofunde no tema. Estamos longe disso, infelizmente.


Blog é cultura:
Se você quiser entender mais sobre o fenômeno do hooliganismo, o blog recomenda um livro em português (há vários outros, ingleses, no site Amazon.com), um site e alguns filmes em DVD.

Leia:

"Entre os Vândalos", livro do jornalista americano Bill Buford, que se infiltrou num grupo de torcedores e conta sua incrível experiência. Há momentos em que o autor, contagiado, sente-se parte integrante do grupo.



Relatório Taylor - o jornalista Ubiratan Leal explica, em detalhes, como foi elaborado o documento fundamental na luta contra a insegurança no futebol inglês - clique aqui e leia.

Veja:

"I.D. - Fúria nas Arquibancadas", obra da BBC, conta a história de um policial infiltrado num grupo de hooligans e que se transforma num deles.



"The Football Factory", filme sobre um grupo de fãs violentos do Chelsea e os efeitos da violência no futebol em suas vidas pessoais.


"Cass", ainda inédito no Brasil, conta a história do hooligan Cass Penant, do West Ham United, personagem marcante desse universo nos anos 70 e 80.


"Green Street Hoolingans", é o mais conhecido por aqui, com Elijah Wood, o Frodo de "O Senhor dos Anéis", na pele de um jornalista americano que vai para Londres e vira hooligan dos Hammers.

MANCHA VERDE NEGA LIGAÇÃO COM A MORTE DE CORINTIANO

Mancha Verde nega ligação com a morte de corintiano. Presidente da organizada diz que a entidade não participou do assassinato de Douglas Silva - 30 de agosto de 2011 - Daniel Batista - estadão.com.br


SÃO PAULO - O presidente da Mancha Verde, André Guerra, negou que a torcida tenha alguma participação no assassinato do torcedor do Corinthians, Douglas Karin Silva, de 27 anos, que foi encontrado morto flutuando no Rio Tietê na segunda-feira. Ele era sócio da Gaviões da Fiel e estava desaparecido desde sábado.

"Foi uma surpresa para mim essa história. Não tenho o que falar sobre esse caso do Tietê. Fiquei sabendo disso ontem, mas nós (da Mancha Verde) não temos nada a ver com isso", garantiu o palmeirense.

Entretanto, um dos suspeitos de ter cometido o crime é Neilo Ferreira e Silva, mais conhecido como Lagartixa, que é membro da Mancha Verde e um dos responsáveis pela emboscada ao ex-técnico do Palmeiras Vanderlei Luxemburgo, em outubro de 2009, no Aeroporto de Congonhas, e pelas agressões ao atacante Vágner Love no ano passado.

Sobre o assunto, Guerra minimizou. "Tudo que acontece o nome dele aparece, mesmo que ele não esteja no fato. É assim mesmo. Agora falam que ele é suspeito de ter matado o cara. Eu não tenho o que falar. A Mancha não faz parte disso."

Polícia investiga palmeirenses por morte de corintiano - 30 de agosto de 2011 - Denize Guedes - O Estado de S.Paulo

O corpo de um homem foi encontrado boiando na tarde de ontem no Rio Tietê, na altura da ponte da Freguesia do Ó, zona norte. Douglas Karin Silva, de 27 anos, morador do Jardim Jussara, na zona oeste, teria sofrido agressões de torcedores do Palmeiras - de acordo com Boletim de Ocorrências registrado no 28.º DP por amigos da vítima.

Vestido com camisa cinza e bermuda listrada de preto e amarelo, o jardineiro Douglas saiu de casa no sábado para assistir lutas do UFC Rio, na quadra da Gaviões da Fiel, segundo o BO. Estava na companhia de dois amigos, um deles apelidado de Gordo (não há informação de quais roupas vestiam). Após a luta, eles teriam se deparado com um grupo de 30 a 40 torcedores palmeirenses na Praça Professor Cesarino Júnior, na Casa Verde, zona norte. Os amigos conseguiram escapar do cerco, mas Douglas não.

Preocupados com seu desaparecimento, parentes e amigos teriam passado a procurar informações na internet e, então, encontrado comentários de palmeirenses em blogs que "um gambá havia sido jogado no Tietê".

Ainda segundo o BO, os parentes e amigos passaram a procurar pelo corpo no rio e, ao localizar, na tarde de ontem, avisaram a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa assumiu a investigação.

Presidente Prudente. Policiais militares e torcedores do Palmeiras que participaram do conflito que resultou em duas pessoas baleadas momentos antes do clássico entre Palmeiras e Corinthians, domingo, em Presidente Prudente, apresentaram explicações diferentes. Enquanto a cúpula da PM fala em "briga com corintianos", os palmeirenses garantem que não havia torcida rival na área e que a confusão foi protagonizada por policiais. Um torcedor de 21 anos está gravemente ferido.

ATENTADO À JUSTIÇA - GERAL TEM PUNIÇÃO BRANDA

Geral tem punição branda - ZERO HORA 31/08/2011

A Geral do Grêmio seguirá comemorando com a avalanche cada gol marcado pelo time. O espaço que abriga seus quase 3 mil componentes também não será interditado. A proibição de comparecer ao Olímpico por tempo indeterminado valerá somente para os 21 torcedores cadastrados na polícia, apontados como maiores lideranças dessa torcida organizada.

Outros 10 torcedores da Geral, identificados na tentativa de invasão do Juizado Especial Criminal (JECrim), no Gre-Nal de domingo, sofreram punição menor. Ficam impedidos por três meses de entrar no estádio, período em que precisarão comparecer à 2ª DP em dias de jogos.

Instrumentos musicais e faixas também não poderão ser levados ao estádio. Torcedores com camisas ou bonés que lembrem a Geral serão igualmente barrados.

O conjunto de decisões desagradou a promotora Sônia Corrêa Mensch. Desde ontem, ela reúne provas para ingressar com uma medida que julga mais forte contra a torcida. Não descarta, também, acionar o próprio Grêmio.

– As ações tinham que ser mais drásticas e severas. O Ministério Público não vai presenciar invasão de um posto policial e não tomar nenhuma medida – avisa.

– Não podemos proibir o acesso de todos sob pena de punir quem não integra a Geral – entende o juiz titular do Jecrim Marco Aurélio Martins Xavier, ao justificar a não interdição do espaço ocupado pela Geral.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É por isto que o atos de vandalismo, brigas, violência e até mortes são provocadas por bandidos infiltrados nas torcidas organizadas. A impunidade fomentada por leis brandas, por punições risíveis, por uma justiça tolerante e acovardada e por um manto político e legislativo que só sabem criar brechas nas leis e benevolências , é que levam estes bandidos cometerem crimes e sacrificarem pessoas inocentes e esforço inútil das polícias e do Ministério Público. Aqui no RS a violência no futebol já extrapolou e se não houver contenção na justiça aplicando penas rigorosas, não teremos paz nos estádios e nas ruas nos dias de jogos.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

BANIDOS MEMBROS DA GERAL DO GRÊMIO



Vandalismo no Gre-Nal: reunião bane membros da Geral e proíbe faixas e instrumentos. Interdição da área ocupada pela torcida organizada não ocorrerá - Vinicius Rebello, 30/08/2011 | 13h37min.

Uma reunião que começou no final da manhã desta terça-feira determinou algumas medidas para tentar acabar com o vandalismo nos jogos do Grêmio. Não será permitido o ingresso de faixas e instrumentos por três meses no local destinado à Geral do Grêmio. No entanto, não haverá interdição da área ocupada pela torcida. Já os membros que foram identificados estão suspensos por tempo indeterminado.

No domingo, após o clássico Gre-Nal, torcedores ligados à Geral do Grêmio invadiram a sede do Jecrim (Juizado Especial Criminal) no Estádio Olímpico, para tentar resgatar dois membros que haviam sido presos pela Brigada Militar, após uma briga no interior do estádio durante o jogo. Pelo menos 20 deles, somados a outros 30 torcedores já cadastrados no Centro de Policiamento da Capital (CPC), estão impedidos de entrar no Olímpico.

Participaram da reunião da manhã desta terça-feira Marco Antônio Scapini, membro do Conselho de Administração do Grêmio, representando Paulo Odone, Luís Moreira, vice de administração do clube, Gustavo Pinheiro, diretor jurídico, comandantes da Brigada Militar, a promotora Sônia Corrêa Mench, e o juiz Marco Aurélio Xavier.

– O que foi decidido é que haverá nova reunião. Não haverá interdição de espaço.

Alguns membros da torcida Geral serão proibidos de ingressar no estádio por tempo indeterminado. O Grêmio é um aliado do Ministério Público no sentido de combater esses atos de vandalismo. É de nosso interesse fazer com que algumas mediddas sejam tomadas – disse Scapini.

Também será colocada uma grade separando o local destinado a Geral do resto da arquibancada inferior do Estádio Olímpico. A decisão mais importante foi sacramentada na reunião desta terça-feira, que foi a proibição de equipamentos e membros ligados a Geral do Grêmio. Na próxima semana, a diretoria do Grêmio terá mais uma conversa com os integrantes do Ministério Público:

– Na reunião da próxima semana vamos combinar uma maneira de incentivar o cadastramento dos torcedores. Vamos evoluir no sentido da possibilidade do cadastramento de todos os torcedores – disse o membro do Conselho de Administração do Grêmio, Marco Antônio Scapini.

O juiz Marco Aurélio Xavier garantiu que a intenção do Ministério Público nunca foi de interditar o local destinado a Torcida Geral:

– O estádio pertence ao clube e não à torcida. A decisão foi tomada em cima de uma pessoa jurídica, na figura da torcida organizada. Nós temos fotos das pessoas que estavam envolvidas e o cadastramento delas. Lembrando que esta é uma decisão cautelar, até que o Ministério Público possa apurar e definir quais as punições para estes torcedores – disse o juiz após a reunião.

O próximo jogo do Grêmio no Estádio Olímpico é no domingo, contra o Atlético-PR. O espaço onde geralmente fica localizada a Geral do Grêmio estará aberto ao público, mas estarão proibidos os ingressos de faixas, instrumentos e cartazes da torcida.
Leia mais:

ATENTADO JUSTIÇA - TORCIDA TENTA INVADIR JUIZADO


Sem avalanche. Integrantes da organizada Geral terão acesso proibido ao seu local no Olímpico pelo período de três meses - LUÍS HENRIQUE BENFICA, ZERO HORA 30/08/2011

A avalanche está ameaçada de extinção. A tentativa de invasão do Juizado Especial Criminal (Jecrim) do Estádio Olímpico, ocorrida após o Gre-Nal de domingo, poderá decretar a interdição do espaço utilizado desde 2001 pelos torcedores da Geral do Grêmio.

Desde domingo, vigora uma decisão cautelar que impede o comparecimento da organizada Geral por três meses ao Olímpico. A forma como a medida de segurança será implementada ficará definida hoje, em reunião entre a direção do Grêmio, Jecrim, Brigada Militar e Polícia Civil.

Imagens das câmeras internas do estádio permitirão a identificação dos torcedores da Geral envolvidos na tentativa de invasão do Jecrim. Eles queriam soltar dois outros detidos após briga com a Máfia Tricolor. Dentro do Juizado estavam o juiz titular do Jecrim, Marco Aurélio Martins Xavier, e a promotora de Justiça Sônia Corrêa Mensch. Só depois que jogaram uma bomba contra a porta, eles foram dispersados por PMs.

Detidos domingo, torcedores aceitaram a transação penal fixada em R$ 100 e foram proibidos de retornar ao estádio pelos próximos três meses. Quando houver jogo, terão de se apresentar à 2ª Delegacia de Polícia.

Como nem todos os integrantes da Geral são cadastrados, o que permitiria sua exclusão dos jogos, a medida mais viável é a interdição do espaço.

– Desta vez, os fatos foram muito graves. O Estado não pode ser agredido por atos de vandalismo. O futebol é um esporte para a família, não se pode dar espaço à criminalidade. Existe, sim, a possibilidade de interdição – afirma o juiz Marco Aurélio Martins Xavier.

O presidente Paulo Odone também condenou os atos de violência provocados pela organizada Geral.

O dirigente admite que poderá rever a distribuição de ingressos e o custeio de viagens destinados aos integrantes da torcida. Sugere sanções como as autoridades do esporte adotaram na Inglaterra, em que os baderneiros identificados são sumariamente retirados das proximidades do estádio.

– Tentar invadir o espaço do Juizado foi um grande vandalismo. Eles (integrantes da Geral) perderam a noção do limite – critica.


“Foi uma selvageria”

Ao final do clássico, gremistas identificados com uma torcida organizada tentaram invadir a sala onde funciona o Juizado Especial Criminal (Jecrim). Queriam soltar companheiros seus que ali estavam detidos devido a uma briga nas arquibancadas, durante o jogo. E jogaram uma bomba que estourou a dois metros da promotora Sônia Mensch. Veja o que ela diz:

Zero Hora – O que será feito contra os que tentaram invadir o Juizado Especial Criminal?

Sônia Mensch – Quero saber quais as providências que o clube tomará. É imprescindível que tome uma posição. Só depois vou deliberar. Tudo foi registrado pelas câmeras.

ZH – O que aconteceu?

Sônia – Iniciávamos a audiência com três integrantes da Geral detidos quando cerca de outros 20 deles tentaram invadir o local. Jogaram uma bomba, foi um pânico. Eu estava a uns dois metros do local da explosão.

ZH – O que pode ser feito?

Sônia – Qualquer pessoa de bom senso ficaria horrorizada ao ver as imagens. Foi uma barbárie, uma selvageria total. Mas a primeira atitude tem que ser do Grêmio. Quem não respeita este tipo de coisa nem a força policial, tem de ser afastado da convivência. Foi uma afronta ao Estado. Eles sabiam que lá dentro estavam um juiz e um promotor.

BRIGA ENTRE GREMISTAS


PELA ARQUIBANCADA. Briga entre gremistas - zero hora, 29 de agosto de 2011

Mesmo com a vitória, cerca de 30 torcedores da Geral provocaram tumulto perto do vestiário. Uma bomba foi lançada na direção das grades de ferro que protegem a porta, por pouco não atingindo um segurança. O vandalismo prosseguiu com grades sendo lançadas ao chão. Era um protesto pela prisão de alguns integrantes durante briga ocorrida com a Máfia no intervalo.

Depois do jogo, componentes da Geral atingiram com rojões e pedras a sede da Máfia. A confusão só não foi maior pela chegada da Brigada Militar. O policial responsável pelo posto de triagem da BM no estádio afirmou que cerca de 30 integrantes da Geral tentaram, sem sucesso, invadir o local para soltar dois torcedores que haviam sido presos.