terça-feira, 30 de agosto de 2011

ATENTADO JUSTIÇA - TORCIDA TENTA INVADIR JUIZADO


Sem avalanche. Integrantes da organizada Geral terão acesso proibido ao seu local no Olímpico pelo período de três meses - LUÍS HENRIQUE BENFICA, ZERO HORA 30/08/2011

A avalanche está ameaçada de extinção. A tentativa de invasão do Juizado Especial Criminal (Jecrim) do Estádio Olímpico, ocorrida após o Gre-Nal de domingo, poderá decretar a interdição do espaço utilizado desde 2001 pelos torcedores da Geral do Grêmio.

Desde domingo, vigora uma decisão cautelar que impede o comparecimento da organizada Geral por três meses ao Olímpico. A forma como a medida de segurança será implementada ficará definida hoje, em reunião entre a direção do Grêmio, Jecrim, Brigada Militar e Polícia Civil.

Imagens das câmeras internas do estádio permitirão a identificação dos torcedores da Geral envolvidos na tentativa de invasão do Jecrim. Eles queriam soltar dois outros detidos após briga com a Máfia Tricolor. Dentro do Juizado estavam o juiz titular do Jecrim, Marco Aurélio Martins Xavier, e a promotora de Justiça Sônia Corrêa Mensch. Só depois que jogaram uma bomba contra a porta, eles foram dispersados por PMs.

Detidos domingo, torcedores aceitaram a transação penal fixada em R$ 100 e foram proibidos de retornar ao estádio pelos próximos três meses. Quando houver jogo, terão de se apresentar à 2ª Delegacia de Polícia.

Como nem todos os integrantes da Geral são cadastrados, o que permitiria sua exclusão dos jogos, a medida mais viável é a interdição do espaço.

– Desta vez, os fatos foram muito graves. O Estado não pode ser agredido por atos de vandalismo. O futebol é um esporte para a família, não se pode dar espaço à criminalidade. Existe, sim, a possibilidade de interdição – afirma o juiz Marco Aurélio Martins Xavier.

O presidente Paulo Odone também condenou os atos de violência provocados pela organizada Geral.

O dirigente admite que poderá rever a distribuição de ingressos e o custeio de viagens destinados aos integrantes da torcida. Sugere sanções como as autoridades do esporte adotaram na Inglaterra, em que os baderneiros identificados são sumariamente retirados das proximidades do estádio.

– Tentar invadir o espaço do Juizado foi um grande vandalismo. Eles (integrantes da Geral) perderam a noção do limite – critica.


“Foi uma selvageria”

Ao final do clássico, gremistas identificados com uma torcida organizada tentaram invadir a sala onde funciona o Juizado Especial Criminal (Jecrim). Queriam soltar companheiros seus que ali estavam detidos devido a uma briga nas arquibancadas, durante o jogo. E jogaram uma bomba que estourou a dois metros da promotora Sônia Mensch. Veja o que ela diz:

Zero Hora – O que será feito contra os que tentaram invadir o Juizado Especial Criminal?

Sônia Mensch – Quero saber quais as providências que o clube tomará. É imprescindível que tome uma posição. Só depois vou deliberar. Tudo foi registrado pelas câmeras.

ZH – O que aconteceu?

Sônia – Iniciávamos a audiência com três integrantes da Geral detidos quando cerca de outros 20 deles tentaram invadir o local. Jogaram uma bomba, foi um pânico. Eu estava a uns dois metros do local da explosão.

ZH – O que pode ser feito?

Sônia – Qualquer pessoa de bom senso ficaria horrorizada ao ver as imagens. Foi uma barbárie, uma selvageria total. Mas a primeira atitude tem que ser do Grêmio. Quem não respeita este tipo de coisa nem a força policial, tem de ser afastado da convivência. Foi uma afronta ao Estado. Eles sabiam que lá dentro estavam um juiz e um promotor.

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