domingo, 1 de abril de 2012

VANDALISMO SEM PUNIÇÃO


Guerra de torcidas organizadas que provocou a morte de dois jovens no domingo ainda é investigada e poucas medidas foram adotadas contra as facções. 01 de abril de 2012 | 3h 03. O Estado de S.Paulo

Uma semana após a batalha na avenida Inajar de Souza, em São Paulo, entre as facções Mancha Alviverde, do Palmeiras, e Gaviões da Fiel, do Corinthians, quando dois torcedores foram mortos, nem a polícia e muito menos os responsáveis pela segurança pública colocaram as mãos nos criminosos.

As primeiras medidas contra a violência no futebol, depois dos homicídios no domingo, foram anunciadas durante a semana. Mancha e Gaviões foram proibidas pela Federação Paulista de Futebol de entrar nos estádios.

Busca e apreensões foram feitas nas sedes das facções e nas casas de alguns suspeitos. A titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, delegada Margarette Barreto, garante que o balanço das investigações vai ser positivo.

Enquanto isso o Ministério Público de São Paulo pediu para não se vender mais ingressos nas sedes das torcidas - prática corriqueira entre as facções - envolvidas na batalha de domingo.

Quase um mês antes da guerra na avenida Inajar de Souza, um torcedor do Guarani foi morto em um confronto entre torcidas organizadas em Campinas.

A pedido do Ministério Público, a Federação Paulista decidiu proibir a entrada de integrantes das torcidas organizadas Torcida Jovem Amor Maior e Serponte, da Ponte Preta, e Fúria Independente e Guerreiros da Tribo, do Guarani, nos estádios por tempo indeterminado, até o final das investigações sobre a morte do torcedor Anderson Ferreira. O caso não está encerrado.

Balanços não oficiais atestam que nos últimos 18 anos pelo menos 84 torcedores morreram vítimas da violência no futebol no País. Todas as tentativas de se coibir o vandalismo no âmbito do esporte no Brasil, por enquanto, não deram resultado.

Na Europa, matriz de graves conflitos entre torcedores e dos hooligans, houve um pacto em todas as instâncias dos governos e do comando do futebol para se acabar com a violência no final dos anos de 1980 e meados de 1990. Os resultados foram exemplares e ainda hoje servem como referência.

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