terça-feira, 30 de julho de 2013

TORCIDA EM XEQUE. HOOLIGANS VENCEM

ZERO HORA ONLINE - 30/07/2013 | 16h20

Gre-Nal 397

MP acata decisão da Brigada Militar e clássico com torcida única está confirmado. Procurador Gustavo Munhoz ressaltou que decisão foi baseada em levantamento técnico



Só a torcida do Grêmio terá acesso ao clássicoFoto: Diego Vara / Agencia RBS


Após ser comunicado pela Brigada Militar da recomendação da corporação de permitir apenas a entrada da torcida do Grêmio no Gre-Nal do próximo domingo, na Arena, o Ministério Público do Rio Grande do Sul acatou a decisão. Com isso, fica confirmado que os torcedores colorados não terão acesso ao clássico.

Em entrevista coletiva, o procurador Gustavo Munhoz, do MP, afirmou que não há como contestar a decisão da Brigada, já que foi tomada com base em um levantamento técnico.

A Brigada Militar decidiu recomendar torcida única no clássico após reunião na manhã desta terça-feira. Será a primeira vez na história dos Gre-Nais que uma das torcidas não poderá ingressar no estádio.


ZERO HORA 30 de julho de 2013 | N° 17507

GRE-NAL. Torcida em xeque

Brigada decide hoje se o Gre-Nal 397, na Arena, terá colorados ou apenas gremistas. Incidente do domingo deve influenciar a definição



Gre-Nal de torcida única ou com número limitado de colorados. Uma das duas posições será anunciada hoje, após reunião entre o Comando do Policiamento da Capital (CPC) e o Batalhão de Operações Especiais (BOE).

Embora não seja admitido de forma pública, o tumulto de domingo, antes de Grêmio x Fluminense, envolvendo a Geral, irá influenciar na decisão da BM. Não se descarta diminuição dos 2 mil ingressos inicialmente reservados ao Inter.

Um dos temores da Brigada Militar é quanto a depredações, que costumam ser provocadas por torcedores visitantes. Estádio novo e com cadeiras luxuosas, a Arena seria um alvo ainda mais atraente para eventuais vândalos.

– Também sou um esportista, gosto de frequentar estádios. É uma decisão dificílima (permitir ou não torcedores visitantes) – admite o chefe do CPC, coronel João Diniz Godoi.

Baseado no Estatuto do Torcedor, o Inter estuda pedir 6 mil bilhetes – ou seja, 10% da capacidade do estádio.

Outra preocupação do Inter é sobre o deslocamento dos torcedores até a Arena. As organizadas iriam de ônibus de locação própria, com escolta policial, e ingressariam no estádio pelo portão 6, abaixo da esplanada, sem contato algum com os gremistas.

ADRIANO DE CARVALHO E LUÍS HENRIQUE BENFICA


Conselheiro e hooliganismo

O possível envolvimento de um conselheiro no tumulto é analisado internamente pelo Grêmio. A BM teria feito a identificação e diz esperar providências por parte do clube. Em caso de confirmação, a sanção seria a exclusão do Quadro Social e do Conselho Deliberativo.

Por meio de imagens e documentos, a Brigada pretende mostrar que os confusões verificadas na Geral caracterizam hooliganismo, a exemplo do que ocorria no Reino Unido. O material será encaminhado ao Ministério Público e poderá resultar em ação judicial.

– Nada temos contra a Geral, mas, sim, contra os baderneiros que se escondem dentro dela – protesta uma fonte da BM.


BRIGADA TEME QUE SE CRIE UM MÁRTIR

Comando da Capital abre investigação sobre a conduta dos policiais envolvidos em tumulto com torcedores na Arena. Mas alerta: “Geral exige muita atenção”

A Brigada Militar instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias que envolveram a retirada do torcedor Juliano Franczak do interior da Arena, domingo, durante o jogo entre Grêmio e Fluminense. Conhecido como Gaúcho da Geral, Franczak foi arrastado por brigadianos e atingido com golpes de cassetete, cena que ganhou as redes sociais e provocou uma avalanche de protestos.

Não está descartada uma punição ou o afastamento temporário dos policiais militares envolvidos na confusão.

Chefe do Comando do Policiamento da Capital (CPC), o coronel João Diniz Godoy entende que ações de retirada de torcedores precisam ser muito bem estruturadas e não podem envolver um número reduzido de brigadianos:

– Essa torcida (a Geral) exige muita atenção, por sua história de beligerância e animosidade. Temos que cuidar para que ninguém fique como mártir.

O conflito ocorreu antes do início do jogo. Segundo o major Francisco Vieira, subcomandante do Batalhão de Operações Especiais (BOE), um torcedor da Geral tentou impedir a retirada de Franczak. Ao tentar subir com o detido, os policiais foram empurrados para a parte inferior da arquibancada.

– No portão de acesso ao campo, funcionários da Arena levaram pontapés e um deles quase teve a mão quebrada – relata Vieira.

O major não considera correta a forma como o torcedor foi levado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim):

– A imagem é clara, fala por si só. Não é o papel da BM. Aquele procedimento não é o correto. Vamos instaurar uma investigação para saber o motivo que os levou a fazer aquilo.

Grêmio será interlocutor entre a Geral e a Brigada

Responsável pelo relacionamento entre a direção do Grêmio e as torcidas organizadas do clube, o vice-presidente Nestor Hein pretende trabalhar para diminuir “o clima de tensão vivido pela Geral e Brigada Militar”.

Domingo, recém-chegado de Buenos Aires, o dirigente repetiu o que havia feito no jogo contra o Botafogo, dia 14, e assistiu do espaço da Geral a Grêmio e Fluminense. Pela versão de Hein, o descontrole teve início quando um torcedor xingou os policiais que retiravam o chamado Gaúcho da Geral e foi golpeado com um cassetete:

– Até então, tudo estava normal. A BM pediu que ele descesse do guarda-corpo e foi atendida. Os policiais sequer o seguraram. A confusão começou quando um torcedor xingou.

Para Hein, há erros de parte a parte. Na sua opinião, o mais importante, a partir de agora, é agir para que a situação se normalize, e o Gre-Nal de domingo, na Arena, transcorra em paz.

– Não serei eu o detrator da Brigada. Vou me encontrar com o comando para tentar intermediar – afirma.

luis.benfica@zerohora.com.brLUÍS HENRIQUE BENFICA

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