sexta-feira, 13 de setembro de 2013

SEGURANÇA NOS ESTÁDIOS



ZERO HORA 13 de setembro de 2013 | N° 17552

EDITORIAIS


Assunto recorrente, o policiamento interno nos estádios de futebol do Rio Grande do Sul volta a ser questionado pela Secretaria de Segurança Pública. O assunto merece a atenção de todos, e não só de clubes e torcedores, porque seus desdobramentos atingem mesmo quem não frequenta esses espetáculos. O conflito de posições foi criado com a insistência dos clubes em manter o modelo que prevalece até o momento, com a presença ostensiva da Brigada Militar nas áreas ocupadas pelo público, mas sem custos para as entidades. O argumento é o de que um jogo de futebol, por envolver milhares de pessoas, configura questão de segurança pública. A alegação dos clubes pode ser acolhida apenas parcialmente, ou quaisquer instituições privadas se sentirão no direito de recorrer aos serviços da BM para o policiamento interno de áreas com aglomerações.

A tarefa da BM é a garantia da ordem pública, e por isso se compreende a necessidade da presença de policiais em espaços externos, nas proximidades de eventos populares que requeiram tal providência. A BM tem tradição no cumprimento dessa atribuição, dedicando-se com reconhecida competência a ações preventivas de segurança e à ordenação do trânsito nesses locais. O policiamento interno, no entanto, não pode continuar sob a responsabilidade do setor público, sem que este receba qualquer tipo de compensação. É assim nos grandes eventos, em outras áreas, e não há por que ser diferente com o futebol, uma atividade empresarial como qualquer outra.

É razoável que o comando da segurança busque, pelo menos, ressarcimento pelos serviços, levando-se em conta que os custos são altos e que a corporação tem, como órgão governamental, outras missões a cumprir. Não se sustenta o argumento de que os clubes não têm como pagar pela segurança. É frágil também a desculpa de que a BM precisa estar presente dentro dos estádios porque somente a farda impõe respeito. A situação ideal não é nem mesmo a remuneração da Brigada, o que seria incompatível com a legislação, mas a contratação, pelas entidades, de empresas de vigilância privada. A segurança pública, já em situação precária, tem outras demandas e prioridades.

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