sexta-feira, 13 de setembro de 2013

SEGURANÇA DOS ESTÁDIOS POR MILÍCIAS

Zero Hora de 13 de setembro de 2013 | N° 17552

WIANEY CARLET

Substituição 

Está em andamento um projeto que deveria assustar a população brasileira se o estado de alienação do povo não fosse tão grandioso. É o seguinte, em resumo: extinguem-se as polícias militares, dirigidas pelos governadores, e colocam-se no lugar milícias, comandadas por Brasília. Algo parecido com o que Hugo Chávez fez na Venezuela. Tirar a Brigada Militar dos estádios, substituindo-a por milícias privadas, é uma breve demonstração do que desejam para o país.

Caos

“Se já temos problemas com a presença da Brigada Militar, não sei o que será sem os policiais”. A frase de Fábio Koff, presidente do Grêmio, sintetiza justificada previsão de caos que se instalará no futebol se a BM passar a se ausentar do interior dos estádios. Se o projeto do governo estadual prosperar, conflitos com consequências diversas, que ocorreram no interior dos estádios, irão para a conta do governador, secretário de Segurança e comandante da Brigada Militar. Querem abandonar à própria sorte o cidadão que tem no futebol a sua opção de lazer, muitas vezes a única.

Pagar duas vezes

Está se desconsiderando o fato de que o cidadão que vai aos estádios, já paga pela sua segurança por meio dos impostos. Pagará duas vezes se vencer a ideia de que os clubes deverão pagar para ter brigadianos no interior dos estádios e resultar em repasse para o preço dos ingressos.

Contradição 

É lamentável as autoridades alegarem que os policiais que vão para os estádios fazem falta em outros cantos da cidade e, ao mesmo tempo, garantir que farão a segurança do futebol se forem pagos. É tudo, pois, uma questão de dinheiro? Se não for, parece.

Engano

O futebol é deficitário. Se os clubes dependessem do que arrecadam nas bilheterias, os times seriam varzeanos ou o preço dos ingressos tão altos que os estádios viveriam jogados às moscas. Ah, mas os clubes pagam salários altíssimos para os seus profissionais, alegam. É verdade, mas esta é uma questão de mercado, não é da conta de quem tem a atribuição legal de proteger os cidadãos.

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