terça-feira, 17 de setembro de 2013

SEGURANÇA NOS ESTÁDIOS E SAÍDA DA BM

ZERO HORA 17 de setembro de 2013 | N° 17556

LUÍS HENRIQUE BENFICA

Dupla contesta saída gradual da BM



A dupla Gre-Nal interpreta como forma de pressão para aliviar as dificuldades financeiras do Estado a ameaça da Brigada Militar de cobrar pela segurança dentro dos estádios.

Ontem, em audiência pública na Assembleia Legislativa, o secretário executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Marcelo Danéris, disse que encaminhará ao governo do Estado a recomendação de retirada gradual da BM dos estádios. A alternativa é o ressarcimento pelo serviço.

A necessidade de cobrança já havia sido exposta na semana passada pelo secretário de Segurança, Airton Michels, aos presidentes de Grêmio e Inter. Ele informou que, em 2012, os gastos com segurança em jogos chegaram a R$ 8 milhões, um custo em que o Estado não está mais disposto a bancar.

– A Brigada não vê outra alternativa (além de cobrar) – explica Danéris.

Para Grêmio e Inter, a presença da BM é imprescindível. Contudo, representantes da Dupla na reunião não sinalizaram com o pagamento.

Vice-presidente do Grêmio, Nestor Hein contesta o argumento da BM de que, ao manter os PMs nos estádios, o resto da cidade fica desguarnecido:

– Se pagarmos pelo custeio da BM, não tem importância que a cidade fique desguarnecida? Esse custeio irá para reaparelhar a Brigada ou irá para o caixa único? A questão toda é a falta de dinheiro do Estado, não é a preocupação em reaparelhar a BM ou remunerar melhor os brigadianos.

– É uma forma de pressão do secretário (Michels) pelo ressarcimento, com o objetivo de gerar mais receita para a segurança pública – avalia Amarante, vice de administração do Inter.

Sem recuar na cobrança, o comandante-geral da BM, coronel Fábio Duarte Fernandes, explica que a retirada será feita de forma gradual e planejada.

– Estabeleceremos meta e data para isso, mas a BM precisa ser ressarcida a médio e longo prazo – sustenta.

Titular da Promotoria do Torcedor, José Francisco Seabra Júnior cita o Estatuto do Torcedor para dizer que a BM não pode abrir mão do trabalho. Mas não descarta a remuneração:

– A lei diz que cabe ao gestor do futebol pedir a presença dos agentes da segurança dentro e fora dos estádios.

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