sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

PELO FIM DA AVALANCHE

ZERO HORA 01 de fevereiro de 2013 | N° 17330

 

EDITORIAIS

É oportuna a posição conjunta do Grêmio e da Arena Porto-Alegrense de interditar a área do novo estádio onde ocorreu um acidente com torcedores na última quarta-feira, durante a comemoração do gol contra a LDU. Esse é um primeiro e indispensável passo. O seguinte é promover as devidas modificações no setor, para que continue recebendo o torcedor de menor poder aquisitivo, porém sem possibilitar movimentações que impliquem riscos.

No espaço referido, os torcedores realizam a coreografia conhecida como avalanche, pela qual descem correndo os degraus da arquibancada e se comprimem contra a amurada de proteção. Como, durante o último jogo, o anteparo de grades colocado no local cedeu, vários torcedores caíram e pelo menos oito ficaram feridos. Tal ocorrência, no contexto de tragédia vivido pelo Estado desde o incêndio do último domingo em Santa Maria, provocou apreensão geral e imediata reação das autoridades, notadamente o Ministério Público e a Brigada Militar.

Ainda que exista inegável beleza plástica na movimentação, que se tornou uma marca registrada da torcida do Grêmio, não faz sentido colocar em perigo a integridade das pessoas para manter a celebração. Num espetáculo de futebol, quem pode se arriscar são os jogadores, que têm preparo físico e equipamento para a competição. Torcedor tem que torcer, de preferência em lugares confortáveis e seguros. Equivocou-se a direção do Grêmio quando aceitou a demanda de manter o espaço da avalanche no novo estádio. No Olímpico, a movimentação era facilitada pela amplitude e pelo posicionamento das arquibancadas. Na Arena, devido à verticalidade da construção, as condições são desfavoráveis para a correria escada abaixo.

É importante manter um espaço popular no estádio novo, mas já está mais do que comprovado que a avalanche tem que ser proibida. O torcedor é suficientemente criativo para inventar uma nova coreografia.



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