terça-feira, 19 de novembro de 2013

CLUBES DE SP RECUSAM PROPOSTA DO MP CONTRA TORCIDAS ORGANIZADAS


Clubes paulistas não assinam documento contra as torcidas organizadas. Dirigentes recusam proposta do MP para se comprometerem a não dar dinheiro às torcidas

19 de novembro de 2013 | 7h 33

Raphael Ramos - O Estado de S. Paulo



SÃO PAULO - Sem acordo para que não ajudem mais financeiramente as torcidas organizadas, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos assinaram nesta segunda-feira no Ministério Público do Estado um Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta em que se comprometem a controlar o acesso de associados das facções nos seus estádios, assim como isolá-los, e a criar um sistema de monitoramento através de câmeras que permita a identificação dos torcedores. A medida entra em vigor no Campeonato Paulistade 2014 e o descumprimento prevê multa de R$ 20. Clubes paulistas não assinam documento contra as torcidas organizadas. Dirigentes recusam proposta do MP para se comprometerem a não dar dinheiro às torcidas



Dida Sampaio/Estadão - 25/8/2013
Muitas brigas entre torcidas marcaram futebol em 2013


Segundo o promotor Roberto Senise Lisboa, apesar de negarem que dão dinheiro às organizadas, os clubes não concordaram em assinar um documento em conjunto prometendo o fim do auxílio às facções. "Um clube falou que, como as organizadas nasceram historicamente na diretoria do clube, ficaria complicado para ele simplesmente romper", explicou Lisboa - o promotor disse não estar autorizado a revelar o nome do clube. "A estratégia do Ministério Público foi trabalhar com essa questão do subsídio às organizadas para verificar se os clubes estavam dispostos a tratar da estratégia de segurança privada. Os clubes diziam que não tinham responsabilidade nenhuma com a segurança do espetáculo, mas a lei diz que eles têm", disse Lisboa.

Pelo termo assinado ontem, os clubes assumem a obrigação de confinar os integrantes das facções, impedindo a circulação pelo interior do estádio, e a controlar a entrada desses torcedores por meio de cartões com chip e foto que serão implantados pela Federação Paulista de Futebol. Assim, se um torcedor que eventualmente tenha participado de alguma briga tentar entrar no estádio, ele será barrado já na catraca.

Com relação ao chamado "torcedor comum", os clubes têm de garantir que nos setores destinados às numeradas e preferenciais os assentos individuais e demarcados sejam respeitados. Há ainda a possibilidade de que Portuguesa, Ponte Preta e Guarani sejam incluídos no acordo.

O presidente do Santos, Odílio Rodrigues Filho, reafirmou o seu bom relacionamento com as torcidas organizadas e discorda com o estereótipo de que os seus integrantes não apresentariam comportamento adequado, com a devida civilidade, nos estádios e fora deles. Por outro lado, segundo o dirigente, o Santos continua mantendo sua política de repúdio a todo comportamento que fuja disso. "Trabalhamos pela paz nos estádios, pela presença de todos os torcedores, das famílias. Continuamos contra os violentos, os vândalos, sejam eles membros de torcida organizada ou da torcida comum, e nos comprometemos a ajudar a identificar os indivíduos que cometerem excessos."

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