sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

BRIGA ENTRE TORCIDAS ORGANIZADAS DO GRÊMIO

ZERO HORA 24/01/2013 | 22h39

Briga entre torcidas organizadas do Grêmio acaba com 35 detidos. Em princípio de confronto nas proximidades do Largo dos Campeões, brigadiana ficou ferida


Após confusão no Olímpico, torcedores são encaminhados ao posto de triagem do estádio
Foto: Marco Souza / AgênciaRBS


O confronto entre membros das torcidas organizadas Geral do Grêmio e Máfia, iniciado no portão 10 do Olímpico, ontem, antes de Grêmio 1x2 Canoas, pode continuar na Arena. Mesmo detidos por policiais militares, os envolvidos faziam ameaças uns aos outros, prometendo briga para o jogo de volta entre Grêmio e LDU, na quarta-feira que vem.

Houve dois incidentes. O primeiro resultou na detenção de seis torcedores que brigaram no portão de acesso. Uma policial da Brigada Militar foi derrubada da montaria do cavalo em que fazia patrulha, ficou ferida e precisou de atendimento médico.

Mais tarde, a confusão se espalhou pelas ruas próximas. No total, 29 integrantes da Geral e seis da Máfia foram detidos. Entre eles, estava Cristiano Roballo Brum, o Zóio, apontado como um dos líderes da Geral. Segundo depoimento de PMs, Zóio teria começado o conflito ao tentar impedir que integrantes das outras torcidas organizadas entrassem no estádio.

Apesar da maioria já ter antecedentes criminais, ninguém foi preso. Enquadrados por rixa, briga e lesões corporais, eles terão que pagar multas, destinadas ao Lar Santo Antônio dos Excepcionais. O valor é definido por suas condições financeiras.

DIOGO OLIVIER, ZERO HORA

Pegaram o interlocutor. Cristiano Roballo Brum, o Zóio, representou a Geral do Grêmio na reunião das organizadas com a Brigada Militar que definiu regras para os dois jogos no Olímpico: o de ontem, contra o Canoas, e o de domingo, diante do Santa Cruz. Seu nome consta na ata da reunião com o Batalhão de Operações Especiais (BOE) com líderes da Imortal Chopp, Garra, Máfia, Torcida Jovem e Velha Escola. E eu aqui, confiando que o número 2 na hierarquia da Geral estava afastado, conforme informaram o Grêmio e o próprio Zóio, em entrevista a ZH, depois da baderna na inauguração da Arena. Pergunta-se:

1 - Se ele estava afastado, como se explica sua presença no jogo de ontem, quando foi detido em mais uma briga generalizada?

2 - Se o seu histórico violento já é tão conhecido quanto os participantes do BBB 13, como é que Zóio participa de reuniões com a autoridade policial na condição solene de interlocutor?


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - A COPA VEM AÍ E A JUSTIÇA CRIMINAL BRASILEIRA SE REVELA MOROSA E NADA SÉRIA, TOLERANDO A IMPUNIDADE E ESTIMULANDO O CRESCIMENTO DA VIOLÊNCIA NO FUTEBOL NO BRASIL.

Sem leis rigorosas e sem uma postura séria e coativa, como a nossa justiça criminal irá conter os Hooligans durante a Copa do Mundo? Sem lei e sem justiça, os Estádios da Copa ficarão a mercê de brigões, vândalos e invasores? As forças policiais e as forças de segurança privada da Copa do Mundo não terão capacidade para controlar, monitorar e enfrentar os Hooligans sem suporte nas leis e apoio da justiça criminal. Não quero ser alarmista, mas vale como aviso aos senhores governantes: ou mudam a postura leniente e benevolente na prevenção e contenção da violência no futebol, ou vão pagar mico mundial na Copa do Mundo, com invasões de campo, brigas, vandalismo, etc.


VIA FACE: 

Vitor Vieira

Torcedores envolvidos em brigas estão impedidos de ir a jogos do Grêmio

A Promotora de Justiça do Plantão de Porto Alegre, Andréa Cecim Fortes, se manifestou nesta sexta-feira sobre o pedido formulado pelo Ministério Público que resultou na proibição de 32 torcedores do Grêmio frequentarem nos próximos meses os jogos do clube, seja na Arena ou no Estádio Olímpico. De acordo com Andréa Fortes, que participou do plantão no Juizado Especial Criminal na noite de quinta-feira, no Olímpico, durante a partida entre Grêmio e Canoas, válida pelo Campeonato Gaúcho, foram verificados dois casos graves de violência no estádio. Um deles envolveu seis torcedores da torcida organizada Máfia Tricolor e o outro 26 integrantes da Geral do Grêmio. “Não se sabe a razão específica dos confrontos, mas há indícios de que os tumultos foram premeditados”, ressalta a promotora. Após serem identificados e detidos, os envolvidos nas brigas foram encaminhados ao Juizado Especial Criminal. Um grupo de torcedores aceitou a transação penal, sob a condição de não comparecer durante os próximos seis meses aos jogos do Grêmio. “Para os demais, que não tinham direito a tal benefício, o Ministério Público requereu medida cautelar prevista no Código de Processo Penal no sentido de que fiquem afastados dos estádios enquanto durar o processo ao qual irão responder”, explica Andréa Fortes. Assim, em dias de jogos do Grêmio, todos deverão comparecer ao 1º Batalhão de Polícia Militar no período entre duas horas antes e duas horas após o término das partidas. É boa a atuação da promotora e do Ministério Público, mas as penas deveriam ser mais fortes para esses marginais. Deveriam ficar proibidos de comparecer a qualquer jogo de futebol no mínimo por dois anos.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Resta saber quem vai monitorar estas penas e o que vai ocorrer com o torcedor penalizado que não cumprir a determinação. No papel é bonitinho, mas a aplicação da lei na prática é outra coisa nesta desestruturada e tolerante justiça criminal brasileira.

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