segunda-feira, 7 de julho de 2014

CAMINHO GRE-NAL


ZERO HORA 07 de julho de 2014 | N° 17852. ARTIGOS


CLÁUDIO BRITO*


Sonhar não custa nada, e o meu sonho é tão real. É frase de um samba-enredo antológico de Paulinho Mocidade para sua escola, a Mocidade Independente de Padre Miguel. Não me sai da cabeça, desde o dia em que holandeses e australianos coloriram a Avenida Borges de Medeiros, do Mercado ao Beira- Rio. Entre os torcedores das seleções, muitos gremistas e colorados abraçados e brincalhões, fingindo provocações. A festa do futebol estava de volta.

Há quem não acredite na chance de repetirmos em nossos jogos domésticos a festa que o Caminho do Gol proporcionou. O presidente colorado, Giovanni Luigi, crê na ideia e trabalha para realizá-la. Disse isso no Conversas Cruzadas, da TVCOM, seguido pelo presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto, em tom de chancela. João Bosco Vaz falou pela cidade e o prefeito Fortunati confirmou esse desejo.

O presidente gremista, Fábio Koff, será o próximo convidado. Vários torcedores dos dois clubes estão engajados na campanha pela pacificação das tardes e noites de futebol. As redes sociais já estão acolhendo vários recados e fotos de famílias que foram aos jogos da Copa e vibraram demais com tudo o que viram e curtiram, abraçados, sem rusgas, muitos vestindo as camisas do Inter ou do Grêmio. Comoveu-me a cena de um casal Gre-Nal. Ele, de vermelho, ela, tricolor. Um casal de filhos estava junto e repetia os trajes. Garoto colorado, menina gremista.

Essa família tem o direito de ir unida ao próximo clássico. O Ministério Público começa a campanha para que não seja apenas um sonho. Marcelo Dornelles, César Faccioli e José Francisco Seabra aprontam um protocolo de intenções para os dois clubes. Cuidarão ainda de neutralizar os “barras bravas” das torcidas organizadas e já têm pronta a sugestão da criação de um espaço do tipo Fan Fest para uma celebração civilizatória dias antes dos clássicos, estreitando ainda mais a convivência. Creio e quero ver a realidade da pacificação.

Andarei pelo Caminho Gre-Nal, na Borges e no rumo da Arena também, partindo, quem sabe, da Igreja dos Navegantes. Meu sonho é tão real quanto o de Paulinho Mocidade.

*JORNALISTA


Nenhum comentário:

Postar um comentário