sábado, 21 de setembro de 2013

TORCEDOR QUE FICOU PRESO NA BOLÍVIA ATIRA NA POLÍCIA E É BALEADO

Torcedor que ficou preso na Bolívia é baleado na Bahia. Segundo a polícia, ele abriu fogo contra uma blitz


O GLOBO, COM INFORMAÇÕES DO G1
Atualizado:21/09/13 - 10h05


SALVADOR - Depois de ficar preso na Bolívia em consequência da morte de um adolescente boliviano durante um jogo do Corinthians, em fevereiro, Rafael Machado Castilho de Araújo foi preso novamente, desta vez na Bahia. Ele estava com um rapaz numa moto quando abriu fogo contra um carro da polícia que fazia uma blitz na cidade de Santo Estevão.

Segundo a polícia baiana, os dois suspeitos foram perseguidos, baleados e presos. Rafael foi atingido no braço e no tórax, e outro rapaz foi baleado nas nádegas. Os dois estão no Hospital Geral Clériston Andrade, em Feira de Santana. A polícia ainda informou que nenhum deles corre risco de morrer. Um revólver calibre 38 foi apreendido com a dupla.

Rafael havia retornado ao Brasil em 9 de junho. A mãe dele, Valcineia Machado dos Santos, não quis conceder entrevista, mas confirmou que o filho está hospitalizado na Bahia.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

SETOR DA TORCIDA ORGANIZADA DO INTER DE MILÃO É FECHADO APÓS COROS RACISTAS

FOLHA.COM 17/09/2013 - 10h19

DE SÃO PAULO



O setor denominado "Curva Norte" do estádio Giuseppe Meazza, em Milão, onde se concentram as torcidas organizadas da Inter, será fechado por um jogo por causa dos coros racistas contra jogadores da Juventus durante a partida de sábado, pela terceira rodada do Campeonato Italiano.

A pena, anunciada nesta terça-feira, foi imposta pela Justiça Esportiva da Itália. De acordo com o comunicado, os alvos dos torcedores eram dois jogadores da Juve --segundo a imprensa italiana, Pogba e Asamoah.

Desse modo, o setor da "Curva Nord", que fica no segundo anel verde do estádio Giuseppe Meazza, atrás de um dos gols, estará fechado para a partida entre Inter e Fiorentina no próximo dia 26.

Esta não é a primeira vez na temporada que um setor de um estádio é fechado na Itália por causa de coros racistas. Em agosto, a "Curva Norte" do estádio Olímpico de Roma, onde se concentram os torcedores da Lazio, também foi fechada.

O clube de Milão ainda foi multado em 15 mil euros por causa de um laser apontado por seus torcedores contra árbitro e adversários e por uma faixa ofensiva contra o técnico da Juventus, Antonio Conte, exibida no estádio.

Alessandro Garofalo-25.ago.2013/Reuters

Torcedor da Inter de Milão agita bandeira na "Curva Nord", setor do estádio Giuseppe Meazza


SEGURANÇA NOS ESTÁDIOS E SAÍDA DA BM

ZERO HORA 17 de setembro de 2013 | N° 17556

LUÍS HENRIQUE BENFICA

Dupla contesta saída gradual da BM



A dupla Gre-Nal interpreta como forma de pressão para aliviar as dificuldades financeiras do Estado a ameaça da Brigada Militar de cobrar pela segurança dentro dos estádios.

Ontem, em audiência pública na Assembleia Legislativa, o secretário executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Marcelo Danéris, disse que encaminhará ao governo do Estado a recomendação de retirada gradual da BM dos estádios. A alternativa é o ressarcimento pelo serviço.

A necessidade de cobrança já havia sido exposta na semana passada pelo secretário de Segurança, Airton Michels, aos presidentes de Grêmio e Inter. Ele informou que, em 2012, os gastos com segurança em jogos chegaram a R$ 8 milhões, um custo em que o Estado não está mais disposto a bancar.

– A Brigada não vê outra alternativa (além de cobrar) – explica Danéris.

Para Grêmio e Inter, a presença da BM é imprescindível. Contudo, representantes da Dupla na reunião não sinalizaram com o pagamento.

Vice-presidente do Grêmio, Nestor Hein contesta o argumento da BM de que, ao manter os PMs nos estádios, o resto da cidade fica desguarnecido:

– Se pagarmos pelo custeio da BM, não tem importância que a cidade fique desguarnecida? Esse custeio irá para reaparelhar a Brigada ou irá para o caixa único? A questão toda é a falta de dinheiro do Estado, não é a preocupação em reaparelhar a BM ou remunerar melhor os brigadianos.

– É uma forma de pressão do secretário (Michels) pelo ressarcimento, com o objetivo de gerar mais receita para a segurança pública – avalia Amarante, vice de administração do Inter.

Sem recuar na cobrança, o comandante-geral da BM, coronel Fábio Duarte Fernandes, explica que a retirada será feita de forma gradual e planejada.

– Estabeleceremos meta e data para isso, mas a BM precisa ser ressarcida a médio e longo prazo – sustenta.

Titular da Promotoria do Torcedor, José Francisco Seabra Júnior cita o Estatuto do Torcedor para dizer que a BM não pode abrir mão do trabalho. Mas não descarta a remuneração:

– A lei diz que cabe ao gestor do futebol pedir a presença dos agentes da segurança dentro e fora dos estádios.

sábado, 14 de setembro de 2013

BM FORA DOS ESTÁDIOS



ZERO HORA 14 de setembro de 2013 | N° 17553


LUÍS HENRIQUE BENFICA

Uma possibilidade que assusta



Imagine um grupo de civis, sem portar escudos, cassetetes ou gás de pimenta, tentando conter um tumulto entre torcidas organizadas dentro de um estádio de futebol. Só de pensar na cena, cujo saldo seria trágico para quem tenta acabar com a briga, o especialista em segurança estratégica Gustavo Caleffi já fica preocupado.

Esta, contudo, é uma realidade que poderá ser vista nos jogos caso Brigada Militar e clubes não cheguem a um acordo quanto ao pagamento pelo trabalho dos brigadianos. Durante a semana, o secretário estadual de Segurança, Airton Michels, havia alertado aos dirigentes da dupla Gre-Nal sobre a necessidade da remuneração para que o trabalho não deixe de ser realizado.

Passados oito meses, Caleffi ainda lembra da dificuldade que os policiais tiveram para apartar a briga entre torcedores gremistas no jogo de inauguração da Arena, dia 8 de dezembro:

– Mesmo preparados, os brigadianos passaram trabalho. Imagine seguranças privados, que não têm a instrução, nem o equipamento necessários para agir em batalhas campais.

A esses agentes, diz o especialista, cabe, no máximo, orientar os torcedores e acompanhar a fluência interna nos estádios. A legislação não os autoriza a agir como policiais.

Titular da recém-criada Promotoria do Torcedor, o promotor José Francisco Seabra Mendes Júnior confia em um acordo entre BM, FGF e clubes.

– Há possibilidade de uma solução conciliatória. O trabalho da BM é imprescindível. Mas é preciso uma forma de compensação pelo trabalho árduo e de excelência que ela realiza – diz José Francisco que se reuniu na quinta-feira com representantes do Batalhão de Operações Especiais (BOE) e Comando de Policiamento da Capital (CPC).

O promotor diz que a contrapartida dos clubes não precisa ser, necessariamente, em dinheiro. Ele não descarta que possa se retomar o acordo de 2010, quando houve a doação de motocicletas e equipamentos à corporação.

O tema será discutido na segunda-feira, na Assembleia Legislativa, em reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social.

– É o momento de promover o diálogo entre os clubes, torcidas, Brigada Militar, Poder Judiciário, Ministério Público e sociedade. O que se quer é uma solução concreta – destaca o deputado Nelsinho Metalúrgico (PT/RS).



“A responsabilidade é da Brigada”, diz FGF



O diretor jurídico da Federação Gaúcha de Futebol, Luiz Fernando Costa, sustenta que decisões judiciais garantem aos clubes continuar contando com os serviços gratuitos da Brigada Militar. Mas ele se diz sensível às preocupações do comando da corporação e propõe o diálogo como solução.

– Temos que conversar. Quem sabe se chegue a um acordo para doação – observa Costa, citando o acordo de 2010, quando a BM recebeu motocicletas como contrapartida por seu trabalho nos estádios gaúchos.

Uma das decisões judiciais é ainda da década de 70. Naquele tempo, uma lei estadual determinava que os clubes pagassem aos brigadianos, dependendo do efetivo escalado. A lei foi revogada em 2004, quando os clubes pararam de pagar.

– O Estatuto do Torcedor é claro. A responsabilidade é da Brigada, tanto interna quanto externamente. Mas acho que é viável conversar – afirma Costa.

Em países da Europa, a segurança interna é feita por Stewards, agentes privados. Apenas em caso de tumulto incontrolável é acionado o aparato policial, que não fica nem no entorno dos estádios.

Na Copa do Mundo, também será de Stewards o controle e orientação da multidão interna.

Nos Estados Unidos, a segurança no interior dos estádios é realizada por empresas privadas de vigilância.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O enfrentamento da violência no futebol espelha muito bem a falência das leis, da autoridade, da justiça criminal, da segurança pública que está inserida neste sistema, e da ordem pública como objetivo da justiça e da segurança e finalidade inerente à supremacia do interesse público. Vemos muita oratória e pouca ação; autoridades lavam as mãos e empurram responsabilidades; as decisões judiciais são ingênuas e desmoralizadas; as autoridades ficam perdidas sem saber o que fazer; os policiais são desviados da finalidade e desgastados quando agem; as entidades só querem levar vantagens sem custo; os legisladores não estão nem aí; as autoridades da justiça executam e aplicam o que tem na mão sem se preocuparem em exigir sistema e leis melhores; os governantes colocam tudo nas costas dos policiais; Neste cenário de omissões e negligências, os hooligans, vândalos, assassinos e ladrões infiltrados como torcedores aterrorizam, agridem, matam, desacatam a autoridade, desobedecem as leis, afrontam a segurança e afastam o público dos estádios, e ficam impunes, salvaguardados na lei, glorificados na mídia, recebendo penas falaciosas e ganhando o apoio e a condescendência de muitos.

Vou melhorar esta citação: os governantes colocam tudo nas costas dos policiais e dos torcedores, como se o regime fosse totalitário e o povo mero contribuinte sem direitos. Esquecem que administram o Brasil e suas unidades federadas; desprezam a necessidade de leis melhores; ignoram a continuidade na justiça criminal e cível; e promovem desvios de finalidade do recurso público para garantir privilégio privado, sem se importar com os prejuízos que possa ter a população em geral, mesmo que estes envolvam a vida, a saúde, o patrimônio e o bem-estar das pessoas.


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

SEGURANÇA DOS ESTÁDIOS POR MILÍCIAS

Zero Hora de 13 de setembro de 2013 | N° 17552

WIANEY CARLET

Substituição 

Está em andamento um projeto que deveria assustar a população brasileira se o estado de alienação do povo não fosse tão grandioso. É o seguinte, em resumo: extinguem-se as polícias militares, dirigidas pelos governadores, e colocam-se no lugar milícias, comandadas por Brasília. Algo parecido com o que Hugo Chávez fez na Venezuela. Tirar a Brigada Militar dos estádios, substituindo-a por milícias privadas, é uma breve demonstração do que desejam para o país.

Caos

“Se já temos problemas com a presença da Brigada Militar, não sei o que será sem os policiais”. A frase de Fábio Koff, presidente do Grêmio, sintetiza justificada previsão de caos que se instalará no futebol se a BM passar a se ausentar do interior dos estádios. Se o projeto do governo estadual prosperar, conflitos com consequências diversas, que ocorreram no interior dos estádios, irão para a conta do governador, secretário de Segurança e comandante da Brigada Militar. Querem abandonar à própria sorte o cidadão que tem no futebol a sua opção de lazer, muitas vezes a única.

Pagar duas vezes

Está se desconsiderando o fato de que o cidadão que vai aos estádios, já paga pela sua segurança por meio dos impostos. Pagará duas vezes se vencer a ideia de que os clubes deverão pagar para ter brigadianos no interior dos estádios e resultar em repasse para o preço dos ingressos.

Contradição 

É lamentável as autoridades alegarem que os policiais que vão para os estádios fazem falta em outros cantos da cidade e, ao mesmo tempo, garantir que farão a segurança do futebol se forem pagos. É tudo, pois, uma questão de dinheiro? Se não for, parece.

Engano

O futebol é deficitário. Se os clubes dependessem do que arrecadam nas bilheterias, os times seriam varzeanos ou o preço dos ingressos tão altos que os estádios viveriam jogados às moscas. Ah, mas os clubes pagam salários altíssimos para os seus profissionais, alegam. É verdade, mas esta é uma questão de mercado, não é da conta de quem tem a atribuição legal de proteger os cidadãos.

SEGURANÇA NOS ESTÁDIOS



ZERO HORA 13 de setembro de 2013 | N° 17552

EDITORIAIS


Assunto recorrente, o policiamento interno nos estádios de futebol do Rio Grande do Sul volta a ser questionado pela Secretaria de Segurança Pública. O assunto merece a atenção de todos, e não só de clubes e torcedores, porque seus desdobramentos atingem mesmo quem não frequenta esses espetáculos. O conflito de posições foi criado com a insistência dos clubes em manter o modelo que prevalece até o momento, com a presença ostensiva da Brigada Militar nas áreas ocupadas pelo público, mas sem custos para as entidades. O argumento é o de que um jogo de futebol, por envolver milhares de pessoas, configura questão de segurança pública. A alegação dos clubes pode ser acolhida apenas parcialmente, ou quaisquer instituições privadas se sentirão no direito de recorrer aos serviços da BM para o policiamento interno de áreas com aglomerações.

A tarefa da BM é a garantia da ordem pública, e por isso se compreende a necessidade da presença de policiais em espaços externos, nas proximidades de eventos populares que requeiram tal providência. A BM tem tradição no cumprimento dessa atribuição, dedicando-se com reconhecida competência a ações preventivas de segurança e à ordenação do trânsito nesses locais. O policiamento interno, no entanto, não pode continuar sob a responsabilidade do setor público, sem que este receba qualquer tipo de compensação. É assim nos grandes eventos, em outras áreas, e não há por que ser diferente com o futebol, uma atividade empresarial como qualquer outra.

É razoável que o comando da segurança busque, pelo menos, ressarcimento pelos serviços, levando-se em conta que os custos são altos e que a corporação tem, como órgão governamental, outras missões a cumprir. Não se sustenta o argumento de que os clubes não têm como pagar pela segurança. É frágil também a desculpa de que a BM precisa estar presente dentro dos estádios porque somente a farda impõe respeito. A situação ideal não é nem mesmo a remuneração da Brigada, o que seria incompatível com a legislação, mas a contratação, pelas entidades, de empresas de vigilância privada. A segurança pública, já em situação precária, tem outras demandas e prioridades.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

COMPENSAÇÃO PARA A PM FAZER A SEGURANÇA INTERNO NOS ESTÁDIOS DE FUTEBOL





ZERO HORA 12 de setembro de 2013 | N° 17551

FUTEBOL

BM exige compensação

Secretaria da Segurança Pública quer que clubes e federações de futebol arquem com custo de PMs nos estádios do Rio Grande do Sul



Só o custeio por parte dos clubes permitirá que os PMs sigam atuando nos estádios de futebol. O alerta foi feito ontem pelo secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michels, aos presidentes da dupla Gre-Nal. Em 2012, os gastos com segurança em jogos de futebol chegaram a R$ 8 milhões, um custo que o Estado não quer mais bancar.

– Não há outra alternativa. Precisamos dessa compensação. Mas a saída da Brigada dos estádios não será feita da noite para o dia. Entendemos os clubes – diz Michels.

Até o final do mês, uma planilha com todos os gastos será entregue à Federação Gaúcha de Futebol. Caberá à entidade, segundo Michels, convocar os dirigentes de todos os clubes, e não apenas de Grêmio e Inter, para efetuar a divisão dos valores.

– Não se trata de uma posição intransigente, nem intolerante de nossa parte. Anos atrás, essa medida quase foi adotada de forma unilateral. Agora, estamos negociando – observa o secretário Michels.

Ele acrescenta que, ao deslocar os policiais para os estádios, a Brigada deixa vilas e bairros privados de segurança. Grêmio e Inter temem que o pagamento da segurança force os clubes a elevar o preço dos ingressos. Mas não admitem que a Brigada saia.

– A Brigada Militar é preparada para esse trabalho, e a farda impõe respeito aos torcedores. Além disso, não vejo empresa com qualidade suficiente para substituí-la nos estádios – entende o presidente do Inter, Giovanni Luigi.

– Se já temos problemas com a presença da Brigada Militar, não sei o que será sem os policiais – afirma o presidente do Grêmio, Fábio Koff.

A segurança e a violência nos estádios serão debatidas segunda-feira, 16, em audiência pública na Assembleia Legislativa, promovida pela Comissão de Segurança e Serviços Públicos do Parlamento, com apoio do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão.



COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - A própria denominação já diz tudo: segurança pública é público, de interesse público. Os eventos desportivos são privados e arrecadam bilhões em verbas diretas e indiretas, possibilitando os clubes de manterem estruturas luxuosas, negociarem em alto padrão e pagarem salários milionários aos seus atletas e comissão técnica. Não é justo prejudicarem o bem-estar da população desviando recursos da segurança das ruas, quando podem muito bem pagarem pela segurança privada nos seus eventos. Além disto, os clubes deveriam exigir leis melhores e uma justiça coativa contra a violência no futebol, ainda mais que o Brasil tenta se enquadrar no padrão fifa onde a vulnerabilidade é bem maior. A BM não tinha que pedir compensação, mas buscar a legalidade para sair desta obrigação que desvia seus recursos da função precípua e razão de sua existência.

domingo, 8 de setembro de 2013

HOOLIGANS BRASILEIROS BANIDOS DE ESTÁDIOS DESMORALIZAM AS AUTORIDADES

G1 FANTÁSTICO - 02/09/2013 14h21

Torcedores banidos de estádios ignoram proibição e até postam fotos. Por estarem sempre envolvidos em confusão, 136 torcedores estão banidos dos estádios pela Federação Paulista de Futebol. Mas eles ignoram a proibição, e até publicam fotos na internet.



Dois torcedores com camisas do Palmeiras foram baleado, neste domingo, dentro de uma estação de trem na periferia da Zona Leste de São Paulo. eles vinham de uma festa de uma torcida organizada do clube e, segundo testemunhas, brigaram com torcedores que seriam do São Paulo. Um foi baleado no pé e o outro, de raspão, no rosto.

Domingo passado, foram corintianos e vascaínos que se enfrentaram. E alguns dos brigões eram figuras bem conhecidas.

Domingo passado. Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. Corintianos invadem a área da torcida do Vasco. Pacandaria na arquibancada. E eles estavam lá.

Leandro Silva de Oliveira, o Soldado, e Cleuter Barreto Barros, o Manaus, ficaram presos mais de cinco meses na Bolívia, suspeitos pela morte do torcedor Kevin Spada.

Como o senhor vê isso, eles não aprenderam a lição?

“Olha, cabe a eles julgar isso. Eu sou um defensor e até então não fomos intimados. A Justiça se pronuncie para depois nós nos pronunciarmos. Que aí nós vamos tomar as medidas cabíveis”, disse o advogado da Gaviões da Fiel, Davi Gebara.

Na briga de Brasília, também estava este homem tatuado: o vereador do PT Raimundo Cesar Faustino, o Capá. O político de Francisco Maorato, Grande São Paulo, não quis dar entrevista.

Fantástico: Você não pode só me contar o que aconteceu aquele dia?

Vereador: Não, não, prefiro não. Tá bom?

Em São Paulo, um promotor pediu pela segunda vez o fim da Gaviões da Fiel.

“O pedido de extinção ele passa a ter um caráter muito mais pedagógico para que se possa dificultar esse tipo de ação. Mas ele sozinho, por si só, a experiência já demonstra que não resolve”, destaca o promotor Roberto Senise.

Dos seis diretores da torcida, três já foram indiciados por homicídios.

O vice-presidente, Rodrigo de Azevedo Fonseca, o Diguinho, responde pela morte do palmeirense Diogo Borges em outubro de 2005, numa estação de metrô.

O presidente Wagner da Costa - vulgo B.O.- e o tesoureiro Reinaldo Gilberto Alves - o Ady- foram indiciados por envolvimento nas mortes de outros dois palmeirenses num confronto na Zona Norte de São Paulo, em março de 2012.

André Alves Lezo, de 21 anos, e Guilherme Vinicius Moreira, de 19, foram assassinados a tiros e pauladas.

Fantástico: Qual o envolvimento dos diretores da Gaviões da Fiel nesses crimes?

Advogado: Não, não, não. Já foi dito que eles não têm autoria nem materialidade.

O Fantástico teve acesso à investigação policial.

“Compraram fogos de artifício, bombas, houve uma arrecadação das barras de ferro, dos pedaços de pau”, disse a delegada titular da Decrad, Margarete Barreto.

Os assassinatos foram planejados dentro deste bar do bairro do Butantã, Zona Oeste de São Paulo.

A Gaviões fechou o lugar para um grupo de 300 corintianos. Eles passaram a madrugada de sábado para domingo num churrasco com bastante bebida. Ficaram no local das três e meia às nove da manhã.

Segundo a polícia, às 8h da manhã, uns vinte minutos antes de saírem, um integrante da Gaviões subiu em uma das mesas de sinuca e convocou:

"Hoje a gente vai pegar o Lezo e vingar a morte do nosso irmão, vamos pegar os porcos, Não é pra ninguém correr. Hoje nós vamos vingar a morte do Douglas".

Douglas é Douglas Karin Silva, que foi morto em 2011 e teve o corpo jogado no rio Tietê.

Lucas Lezo, vice-presidente da Mancha na época e irmão de André, foi indiciado por envolvimento no crime.

De acordo com o inquérito, os corintianos receberam toucas ninjas e saíram daqui para a Avenida Inajar de Sousa.

Por volta das 10 horas, enfrentaram os palmeirenses. Os dois integrantes da Mancha morreram, André e Guilherme.

Gilda é mãe de André. “Sempre tive muito medo que acontecesse o pior. Lutei enquanto eu pude para que eles não continuassem”, disse a mãe de André Lezo, Gilda Alves Santos.

Num computador da Gaviões, a polícia encontrou uma troca de mensagens, que aconteceu depois dos assassinatos. Com muitas gírias e erros de português.Veja no vídeo ao lado.

Sete torcedores foram indiciados por envolvimento nos assassinatos. Um ano e meio depois, ninguém foi a julgamento. Todos estão soltos.

A Justiça de São Paulo chegou a proibir a entrada deles nos estádios. Mas a defesa conseguiu revogar essa decisão.

Por estarem sempre envolvidos em confusão, 136 torcedores estão banidos dos estádios pela Federação Paulista de Futebol.

Mas eles ignoram a proibição, e até publicam fotos na internet.

Leandro Luís Leite, integrante da torcida Pavilhão Nove, incluído na lista desde março de 2012, divulgou esta imagem quarta-feira passada, no Pacaembu.

Ao Fantástico, ele disse que nem sabia que estava banido.

A federação reconhece que não notifica os envolvidos em briga. E diz que "não tem como garantir que os torcedores punidos não entrem nos estádios".

“Não há o controle desejado porque a Federação Paulista não consegue notificá-los, porque a Polícia Militar não consegue atender a toda a demanda que entra no estádio”, disse o promotor.

Para a delegada, são muitas as ações necessárias. “O que a gente precisa? Ocupar com os instrumentos públicos a própria torcida. Regular quem são os freqüentadores, quem são as pessoas que são dirigentes dessa torcida”, disse.

“Todo dia você acorda e você não tem o teu filho ali. E eles tão fazendo de novo. Eles armam de novo, e faz de novo. E tão a solta”, destaca a mãe da vítima.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

TORCEDOR E CLUBES PUNIDOS POR CAUSA DOS HOOLIGANS


Corinthians e Vasco são punidos por briga em Brasília. Pena para os dois clubes foi de dois jogos com portões fechados e dois jogos somente com os visitantes

04 de setembro de 2013 | 15h 48


LEONARDO MAIA - Agência Estado


RIO - Corinthians e Vasco foram punidos nesta quarta-feira, em julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio, pela briga de suas torcidas no jogo do dia 25 de agosto, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, pelo Brasileirão. Como a decisão é em primeira instância, cabe recurso.



Ed Ferreira/Estadão
Confusão em Brasília ficou caro para o Corinthians


A pena para os dois clubes foi praticamente a mesma, com uma punição que afeta as próximas quatro partidas em que cada um for mandante. Tanto Corinthians quanto Vasco terão que disputar dois jogos sem público (portões fechados) e outros dois só com a presença da torcida adversária no estádio.

A única diferença na punição foi em relação à multa aplicada para cada clube. O Vasco foi condenado a pagar R$ 50 mil, enquanto a pena do Corinthians ficou em R$ 80 mil. Ambos foram enquadrados no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva e condenados de forma unânime no STJD.

O jogo do dia 25 de agosto terminou empatado em 1 a 1. Mas a partida ficou marcada pelas cenas de violência nas arquibancadas, onde não tinha divisão de torcidas e houve briga entre corintianos e vascaínos. Para a PM de Brasília, foram os torcedores do Corinthians que provocaram a confusão.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Que justiça é esta que pune os clubes e o torcedor por causa da ação de hooligans? É mais fácil interditar o estádio e punir clubes e torcedores do que resolver o problema punindo com rigor os hooligans envolvidos no conflito. É como faz o judiciário ao mandar interditar o presídio, preferindo deixar livres a bandidagem nas ruas. Este é o Brasil surreal, o país da impunidade e da autoridade perdida.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

TORCEDORES BALEADOS EM ESTAÇÃO DA CPTM-SP



O ESTADO DE S.PAULO 01 de setembro de 2013 | 14h 04

Dois são baleados em briga entre torcedores em estação da CPTM. Dois palmeirenses foram atingidos e encaminhados ao Pronto-Socorro Tiradentes

Bárbara Ferreira Santos



SÃO PAULO - Dois homens ficaram feridos após um confronto entre torcedores do São Paulo e do Palmeiras na manhã deste domingo, 1º, na Estação Guaianazes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na zona leste de São Paulo.

Segundo a assessoria de imprensa da CPTM, a briga aconteceu por volta das 6h40, entre dois grupos pequenos de torcedores dos dois times. Houve disparos de armas de fogo e dois palmeirenses foram atingidos. Um ficou ferido no pé e outro, no rosto. Eles foram encaminhados ao Pronto-Socorro Tiradentes. Não há informações sobre o estado de saúde dos dois.

Os atiradores conseguiram fugir antes da chegada dos seguranças. O caso deve ser registrado na Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), na Estação Barra Funda do metrô.

domingo, 1 de setembro de 2013

BANDIDOS NA ARQUIBANCADA

REVISTA ISTO É N° Edição: 2285 | 30.Ago.13


Os estádios padrão Fifa pressupõem uma nova forma de torcer. Até quando o Brasil vai conviver com os vândalos nas torcidas?

Rodrigo Cardoso


Cearense considerado um dos primeiros grandes historiadores do Brasil, Capistrano de Abreu (1853 - 1927) dizia que, se a ele fosse dado o direito de escrever a Constituição, ela teria dois únicos artigos. Primeiro: cumpra-se a lei. E o seguinte: revogam-se as disposições em contrário. Lá atrás, ele já identificava um problema estrutural e histórico de nossa sociedade: a impunidade. Motivados pela certeza de que a lei não produzirá efeito contra eles, membros de torcidas organizadas repetiram episódios de violência no futebol nas dependências do estádio Mané Garrincha, em Brasília, no domingo 25. O jogo entre Corinthians e Vasco pelo Campeonato Brasileiro virou coadjuvante diante de uma briga entre as torcidas organizadas dos dois clubes. Dois dos envolvidos na confusão, Leandro Silva de Oliveira e Cleuter Barreto Barros, membros da Gaviões da Fiel, são a prova viva de que, para esses vândalos, zombar da lei é hábito. Eles fizeram parte do grupo de corintianos preso em Oruro, na Bolívia, suspeito da morte do adolescente Kevin Spada, durante o jogo San Jose e Corinthians, em fevereiro, pela Copa Libertadores.


AFRONTA
O Mané Garrincha custou R$ 1,7 bilhão e virou campo...de batalha

Reformado para receber jogos da Copa do Mundo, em 2014, o Mané Garrincha é um dos 12 estádios erguidos no padrão Fifa, o que pressupõe uma mudança no jeito de torcer do brasileiro. Uma das novidades é a ausência de arquibancadas, com as pessoas ocupando assento numerado, deixando assim de circular pela arena. Não foi o que se viu. Torcedores da Gaviões da Fiel deram a volta no estádio para se confrontar com os do Vasco. Esse episódio torna evidente a necessidade de ações mais efetivas, pois a construção de um estádio moderno por si só não muda o comportamento de uma multidão. “Isso se faz com educação. Se não a temos, é preciso que a polícia prenda e a Justiça leve a punição às últimas consequências”, diz Mauricio Murad, titular de sociologia do esporte do mestrado da Universidade Salgado de Oliveira (Universo).



Diante das cenas de violência explícita do domingo 25, fica a questão: como em um estádio que custou R$ 1,7 bilhão aos cofres públicos e dispõe de mais de 400 câmeras, a polícia não percebeu a movimentação das torcidas para impedir o confronto? O Ministério Público paulista pediu, após o confronto em Brasília, a dissolução da Gaviões e aplicou uma multa de R$ 30 mil à torcida por não zelar pela segurança de seus pares. Identificados nas imagens, três torcedores foram indiciados e, enquadrados pelo Estatuto do Torcedor, podem ser afastados dos estádios por até três anos – além de Oliveira e Barros, Raimundo César Faustino, vereador de Francisco Morato, na Grande São Paulo. Todos estão proibidos pela Federação Paulista de Futebol de frequentar estádios por 90 dias. O problema é que aqui não é a Inglaterra, onde os que sofrem tal punição são obrigados a se dirigir a uma delegacia enquanto acontecem os jogos de seus times. Uma sugestão dos especialistas ouvidos por ISTOÉ é enquadrar esses torcedores violentos no Código Penal, por lesão corporal. Dependendo da gravidade, eles ficariam presos por até cinco anos. Eles também poderiam ser condenados por formação de bando ou quadrilha, sob pena de até oito anos de prisão.



Desde 2012, corre na Justiça um pedido de dissolução da Gaviões da Fiel. A extinção dela, no entanto, não resolveria a questão. A antiga torcida organizada do Palmeiras, Mancha Verde, foi banida pela Justiça, mas seus membros fundaram a Mancha Alviverde e, sob essa nova razão social, já se envolveram em confusão. No ano passado, jogadores do Palmeiras foram agredidos por seus membros em um aeroporto. Melhor estratégia é cortar o dinheiro repassado a essas organizadas – afinal há clubes que as financiam com transporte ou transferindo a elas cotas de ingressos – e, um último caso, até punir os times. Em São Paulo, muitas delas recebem R$ 710 mil por ano da prefeitura para desfilar no Carnaval. Para Paulo Vinícius Coelho, comentarista dos canais ESPN, proibi-las de ir para a avenida seria uma boa iniciativa. “Por que nunca se mexe no dinheiro dessas escolas de samba?”, diz. O episódio no Mané Garrincha deixou claro que a solução não é tão complicada. O fato de dois corintianos presos em Oruro estarem no meio da confusão confirma que os envolvidos são sempre os mesmos.





COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - NO BRASIL, NAS QUESTÕES DE ORDEM PÚBLICA, AUTORIDADE ESTÁ PERDIDA. OS CONSTANTES ATOS DE VIOLÊNCIA NO FUTEBOL, A FRASE DE UM HOOLIGAN DA GAVIÕES DA FIEL DE QUE "VIDA SE PAGA COM VIDA" E A INDIGNAÇÃO DE UM PAI QUE DECIDE NÃO VOLTAR AOS ESTÁDIOS, EXIGEM PRONTA RESPOSTA DAS AUTORIDADES ATRAVÉS DE LEIS ESPECÍFICAS, PENAS DURAS E UMA JUSTIÇA CRIMINAL VIGILANTE, ÁGIL E COATIVA. OS ESTÁDIOS FIFA NÃO PODEM SER LOCAIS DE VIOLÊNCIA OU TAPERA POR DECISÃO MEDROSA DAS AUTORIDADES BRASILEIRAS.