quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

JUSTIÇA DESRESPEITADA


ZERO HORA 31 de janeiro de 2013 | N° 17329


Punidos: 17 de 32 não se apresentam


Pouco depois das 20h de ontem, duas horas antes do início do jogo do Grêmio contra a LDU, na Arena, o 15º torcedor da organizada Geral do Grêmio se apresentou no plantão do 1º BPM da Brigada Militar de Porto Alegre para cumprir pena determinada pela Justiça na semana passada. Entre eles, Cristiano Roballo Brum, o Zoio. Outros 11, porém, não apareceram.

Na mesma hora, a imensa sala de recepção da 2ª Delegacia de Polícia, no bairro Menino Deus, onde outros seis torcedores eram esperados. Ninguém apareceu. Um inspetor prestava atendimento a uma pessoa, e nada mais.

Ou seja, dos 32 torcedores flagrados nos tumultos no entorno do Estádio Olímpico na semana passada, apenas 15 cumpriram o primeiro dia de punição, que é bem explícita: pelos próximos seis meses, os envolvidos na confusão deverão ficar reclusos na BM e na DP duas horas antes até duas depois de cada jogo do Grêmio na Capital.

– O pessoal está lá, quietinho, e assim vão ficar – disse o tenente João Cleide Araújo.

E estavam realmente quietinhos. Numa sala de aula, onde os soldados costumam fazer cursos de especialização, os torcedores ocupavam calados carteiras de em acrílicos. Quase não falavam. Os PMs trataram de avisá-los de que ali era local de ordem.

– Avisamos que aqui (na Brigada Militar) não é o Olímpíco. Eles só saem do local para necessidades fisiológicas. Tomam água, sim, mas é só. Foram orientados sobre procedimentos e qual é a nossa posição sobre não cumprimento da medida – disse o tenente João Cleide Araújo.

A sala, de cerca de seis metros por quatro, com cerca de 40 lugares, tinha à frente uma mesinha baixa. Sobre ele, os celulares dos torcedores. Era proibido portar celular, rádio ou qualquer outro aparelho de comunicação. Portanto, os reclusos mal souberam do andamento do jogo na Arena.

A frente deles, Zoio descançava uma perna sobre uma cadeira. Estava com um tala preta que o imobilizava. Doze soldados dos 30 que à noite ocupavam o prédio do Batalhão na Rua 17 de Junho estavam envolvidos apenas com a vigília dos apenados.

– E ainda teremos de repetir esta semana por seis meses– comentou um soldado.

A divisão dos torcedores obedecia uma lógica: na Brigada, ficou o pessoal da organizada Geral. Na delegacia de Polícia Civil, os da Máfia Tricolor. O tédio na delegacia foi maior.

sábado, 26 de janeiro de 2013

ATÉ ONDE VAI A IMPUNIDADE

ZERO HORA 26 de janeiro de 2013 | N° 17324

Briga entre organizadas no Olímpico resulta em 32 torcedores barrados de estádios em dias de jogos do Grêmio por seis meses. Confrontos anteriores terminaram com a mesma punição, que nunca foi cumprida.

Por conta dos confrontos no pátio do Olímpico antes do jogo contra o Canoas na quinta-feira, a Justiça determinou que 32 torcedores ficarão proibidos de frequentar os estádios da Capital pelos próximos seis meses. Em dias de jogos do Grêmio, os punidos (que não tiveram seus nomes divulgados) terão que se apresentar, ou na 2ª Delegacia de Polícia ou no 1º Batalhão de Polícia Militar, duas horas antes das partidas e serão liberados duas horas após o término do evento.

– O não cumprimento dessa medida deve ser avisado imediatamente. Pode resultar em reabertura de processo ou até pedidos de prisão preventiva – garante o juiz Marco Aurélio Martins Xavier, responsável pelo Juizado Especial Criminal (Jecrim).

Ocorreram dois incidentes no Olímpico. O primeiro acabou com a detenção de seis torcedores que brigaram perto do pórtico de entrada. Uma brigadiana foi derrubada da montaria do cavalo e precisou de atendimento médico. Depois, a confusão se espalhou.

Entre os envolvidos nas brigas está Cristiano Roballo Brum, o Zóio, número 2 na hierarquia da Geral do Grêmio e um dos responsáveis pela confusão na inauguração da Arena. Com antecedentes, ele poderá enfrentar punições mais severas.

– Esse fato novo vai gerar outra ocorrência – avisa Xavier.

Na série de reportagens Drible na Justiça, publicada por Zero Hora em julho de 2012 (leia mais na página ao lado), dois torcedores foram flagrados descumprindo a proibição de entrar nos estádios da Capital. Por conta disso, tiveram a punição estendida por mais nove meses. Entretanto, segundo o juiz Amadeo Buttelli, do 2º Juizado Criminal de Porto Alegre, os torcedores continuam sem se apresentar.

– Não tenho como colocar um oficial de Justiça atrás de cada um deles. Se não se apresentaram, vou ficar sabendo só no dia seguinte. Não dá para levar até a delegacia à força. Quem não cumprir, terá o seu processo levado adiante. Mas esses delitos não acarretam prisão – afirma Buttelli.

Brigada Militar aumentará efetivo na Arena na quarta

Responsável pelo Comando do Policiamento da Capital (CPC), o coronel Alfeu Freitas demonstra preocupação com as ameaças entre torcidas para os próximos jogos do clube em Porto Alegre. Nas redes sociais, haveria combinação de tumulto para amanhã no Centro. O tricolor enfrenta o Santa Cruz pelo Gauchão. O efetivo no Olímpico deve ser de 140 policiais.

Para o jogo de quarta, contra a LDU, na Arena, o alerta é ainda maior para o CPC. A meta é reunir 250 policiais, número que garanta a segurança no estádio e, ao mesmo tempo, não deixe o restante da cidade desprotegida.

– Vamos prever um efetivo reforçado em função da briga, mas sem descuidar o policiamento ostensivo na cidade – observa Freitas.

A proibição da entrada de instrumentos, faixas e bandeiras que possam ser utilizados como “armas”, segundo o comandante do CPC, está mantida por tempo indeterminado.


GRÊMIO. “O clube não é meio de vida para ninguém”

Nestor Hein - Integrante do Conselho de Administração do Grêmio



Designado por Fábio Koff para tratar com as torcidas, Nestor Hein tem um discurso forte contra o financiamento das organizadas. O dirigente acredita que o corte de verba foi o que gerou a confusão no pátio do Olímpico momentos antes da partida contra o Canoas.

Zero Hora – Que medidas o Grêmio vai adotar para coibir brigas no jogo contra a LDU?

Nestor Hein – Faremos um controle rigoroso para não permitir a entrada dos torcedores punidos no estádio. Estamos cadastrando as torcidas, fotografando. Tudo o que é possível fazer, estamos fazendo.

ZH – O Grêmio cortou os incentivos financeiros para as organizadas?

Hein – Agora é zero verba. Se uma torcida cadastrada, em ordem com o Estatuto do Torcedor, criar um modelo para se autofinanciar, o Grêmio não fará restrição. Mas dinheiro do cofre do Grêmio para torcida não terá mais.

ZH – O que levou o clube a tomar essa decisão?

Hein – Quando assumimos, adotamos a medida de não distribuir ingresso grátis para terminar com essa história de lideranças de organizadas viverem às custas do Grêmio. São essas pessoas que estragam todo o espetáculo. O clube não é meio de vida para ninguém, a não ser seus funcionários e jogadores.

ZH – O corte de verba teria originado essas brigas?

Hein – Em um jogo de 4 mil pessoas contra o Canoas no meio de semana não existe conflito emocional para dar briga. Isso acontece porque não há mais a irrigação de dinheiro para o bolso dessas pessoas que têm interesse em viver às custas do Grêmio.

AUTORIDADES EM TESTE

ZERO HORA 26 de janeiro de 2013 | N° 17324


PAULO GERMANO | REPÓRTER, 
AUTOR DA SÉRIE DRIBLE NA JUSTIÇA


Em julho do ano passado, quando Zero Hora publicou a série de reportagens Drible na Justiça, sete torcedores envolvidos em pancadarias estavam proibidos de entrar nos estádios. Nenhum deles cumpria a medida. Nenhum deles se apresentava à polícia no horário dos jogos, conforme a Justiça havia determinado. Agora, após a briga de quinta-feira nas imediações do Olímpico, o número de infratores proibidos de frequentar as partidas é quase cinco vezes maior são 32 banidos.

Por um lado, é louvável que o cerco contra torcedores violentos tenha aumentado. Por outro, uma pergunta acaba se impondo: se no ano passado as autoridades fracassaram na fiscalização de sete pessoas, conseguirão agora fiscalizar 32? Em entrevista a ZH naquela época, um dos gremistas infratores, Thiago Araújo da Rosa, explicou por que nunca compareceu à delegacia no horário dos jogos:

– Não me cobraram nada até agora, ninguém me ligou.

Por trás do desdém de Thiago, havia de fato uma apatia do poder público. Quando um torcedor era proibido de entrar no estádio por seis meses, por exemplo, somente ao final desse prazo o delegado responsável por recebê-lo enviaria um relatório comunicando a Justiça sobre eventuais ausências na delegacia. Ou seja: durante todo o período de vigência da medida, os infratores estavam imunes a qualquer fiscalização. Tanto é que ZH flagrou dois deles, um gremista e um colorado, assistindo a jogos dentro do Olímpico e do Beira-Rio.

Na época, os delegados argumentaram que, nos ofícios que recebiam do Judiciário, o texto dizia: “Solicito-lhe que monitore o cumprimento, enviando relatório ao final do prazo.” Os juízes se defenderam dizendo que tudo era “uma questão de interpretação”: enfatizaram que a polícia deveria avisá-los imediatamente caso algum infrator se ausentasse da delegacia, para que o brigão fosse intimado a se explicar.

Depois desse jogo de empurra, o juiz Amadeo Ramella Butelli anunciou uma mudança. Passou a exigir que os torcedores levassem ao juizado, uma vez por mês, um atestado de presenças fornecido pela delegacia. Resta saber se isso será suficiente para monitorar 32 pessoas que maculam o futebol. Porque os órgãos de repressão do Estado continuam atuando sem integração nenhuma.



sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

BRIGA ENTRE TORCIDAS ORGANIZADAS DO GRÊMIO

ZERO HORA 24/01/2013 | 22h39

Briga entre torcidas organizadas do Grêmio acaba com 35 detidos. Em princípio de confronto nas proximidades do Largo dos Campeões, brigadiana ficou ferida


Após confusão no Olímpico, torcedores são encaminhados ao posto de triagem do estádio
Foto: Marco Souza / AgênciaRBS


O confronto entre membros das torcidas organizadas Geral do Grêmio e Máfia, iniciado no portão 10 do Olímpico, ontem, antes de Grêmio 1x2 Canoas, pode continuar na Arena. Mesmo detidos por policiais militares, os envolvidos faziam ameaças uns aos outros, prometendo briga para o jogo de volta entre Grêmio e LDU, na quarta-feira que vem.

Houve dois incidentes. O primeiro resultou na detenção de seis torcedores que brigaram no portão de acesso. Uma policial da Brigada Militar foi derrubada da montaria do cavalo em que fazia patrulha, ficou ferida e precisou de atendimento médico.

Mais tarde, a confusão se espalhou pelas ruas próximas. No total, 29 integrantes da Geral e seis da Máfia foram detidos. Entre eles, estava Cristiano Roballo Brum, o Zóio, apontado como um dos líderes da Geral. Segundo depoimento de PMs, Zóio teria começado o conflito ao tentar impedir que integrantes das outras torcidas organizadas entrassem no estádio.

Apesar da maioria já ter antecedentes criminais, ninguém foi preso. Enquadrados por rixa, briga e lesões corporais, eles terão que pagar multas, destinadas ao Lar Santo Antônio dos Excepcionais. O valor é definido por suas condições financeiras.

DIOGO OLIVIER, ZERO HORA

Pegaram o interlocutor. Cristiano Roballo Brum, o Zóio, representou a Geral do Grêmio na reunião das organizadas com a Brigada Militar que definiu regras para os dois jogos no Olímpico: o de ontem, contra o Canoas, e o de domingo, diante do Santa Cruz. Seu nome consta na ata da reunião com o Batalhão de Operações Especiais (BOE) com líderes da Imortal Chopp, Garra, Máfia, Torcida Jovem e Velha Escola. E eu aqui, confiando que o número 2 na hierarquia da Geral estava afastado, conforme informaram o Grêmio e o próprio Zóio, em entrevista a ZH, depois da baderna na inauguração da Arena. Pergunta-se:

1 - Se ele estava afastado, como se explica sua presença no jogo de ontem, quando foi detido em mais uma briga generalizada?

2 - Se o seu histórico violento já é tão conhecido quanto os participantes do BBB 13, como é que Zóio participa de reuniões com a autoridade policial na condição solene de interlocutor?


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - A COPA VEM AÍ E A JUSTIÇA CRIMINAL BRASILEIRA SE REVELA MOROSA E NADA SÉRIA, TOLERANDO A IMPUNIDADE E ESTIMULANDO O CRESCIMENTO DA VIOLÊNCIA NO FUTEBOL NO BRASIL.

Sem leis rigorosas e sem uma postura séria e coativa, como a nossa justiça criminal irá conter os Hooligans durante a Copa do Mundo? Sem lei e sem justiça, os Estádios da Copa ficarão a mercê de brigões, vândalos e invasores? As forças policiais e as forças de segurança privada da Copa do Mundo não terão capacidade para controlar, monitorar e enfrentar os Hooligans sem suporte nas leis e apoio da justiça criminal. Não quero ser alarmista, mas vale como aviso aos senhores governantes: ou mudam a postura leniente e benevolente na prevenção e contenção da violência no futebol, ou vão pagar mico mundial na Copa do Mundo, com invasões de campo, brigas, vandalismo, etc.


VIA FACE: 

Vitor Vieira

Torcedores envolvidos em brigas estão impedidos de ir a jogos do Grêmio

A Promotora de Justiça do Plantão de Porto Alegre, Andréa Cecim Fortes, se manifestou nesta sexta-feira sobre o pedido formulado pelo Ministério Público que resultou na proibição de 32 torcedores do Grêmio frequentarem nos próximos meses os jogos do clube, seja na Arena ou no Estádio Olímpico. De acordo com Andréa Fortes, que participou do plantão no Juizado Especial Criminal na noite de quinta-feira, no Olímpico, durante a partida entre Grêmio e Canoas, válida pelo Campeonato Gaúcho, foram verificados dois casos graves de violência no estádio. Um deles envolveu seis torcedores da torcida organizada Máfia Tricolor e o outro 26 integrantes da Geral do Grêmio. “Não se sabe a razão específica dos confrontos, mas há indícios de que os tumultos foram premeditados”, ressalta a promotora. Após serem identificados e detidos, os envolvidos nas brigas foram encaminhados ao Juizado Especial Criminal. Um grupo de torcedores aceitou a transação penal, sob a condição de não comparecer durante os próximos seis meses aos jogos do Grêmio. “Para os demais, que não tinham direito a tal benefício, o Ministério Público requereu medida cautelar prevista no Código de Processo Penal no sentido de que fiquem afastados dos estádios enquanto durar o processo ao qual irão responder”, explica Andréa Fortes. Assim, em dias de jogos do Grêmio, todos deverão comparecer ao 1º Batalhão de Polícia Militar no período entre duas horas antes e duas horas após o término das partidas. É boa a atuação da promotora e do Ministério Público, mas as penas deveriam ser mais fortes para esses marginais. Deveriam ficar proibidos de comparecer a qualquer jogo de futebol no mínimo por dois anos.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Resta saber quem vai monitorar estas penas e o que vai ocorrer com o torcedor penalizado que não cumprir a determinação. No papel é bonitinho, mas a aplicação da lei na prática é outra coisa nesta desestruturada e tolerante justiça criminal brasileira.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

BADERNA DA ARENA SEM FIM


ZERO HORA 08 de janeiro de 2013 | N° 17306

Baderna na Arena Alemão da Geral diz que teve casa invadida por Zóio

ANDRÉ BAIBICH E FRANCISCO AMORIM

A baderna da inauguração da Arena, em 8 de dezembro, ainda não terminou. A guerra pelo comando da Geral do Grêmio entre os dois principais nomes da torcida teve mais um capítulo na semana passada, no bairro Rio Branco, em Canoas.

Imagens reveladas por Zero Hora em 27 de dezembro mostravam que o principal responsável pela pancadaria no primeiro jogo do novo estádio gremista era o número 2 da organizada, Cristiano Roballo Brum, o Zóio, 32 anos. Informações de bastidores davam conta de que Zóio estava brigando pelo poder com o fundador da torcida, Rodrigo Marques Rysdyk, o Alemão da Geral, 34. Um ex-integrante da Geral comparou a disputa a uma luta de classes:

– A turma do Zóio é o pessoal mais humilde, que depende mesmo do repasse de ingressos para ir aos jogos. O Alemão é dos, digamos, universitários.

Às 10h44min de quinta-feira, Alemão ingressou no plantão da 4ª Delegacia da Polícia Civil de Canoas para registrar que sua casa havia sido invadida às 8h30min. Os quatro invasores, segundo ele, eram comandados por Zóio, o líder da briga na partida contra o Hamburgo.

De acordo com o relatado na ocorrência, Alemão estava em casa, quando ouviu batidas em sua porta. Em seguida, Zóio teria arrombado a porta e tentado agredi-lo com uma garrafa de vidro, cadeiras e, finalmente, com uma faca. O número 2 da Geral teria responsabilizado Alemão pela divulgação das imagens que comprovaram a participação dele na baderna da Arena. Ainda segundo Alemão, Zóio teria ameaçado matá-lo e atear fogo em sua residência, já que teve muitos transtornos em função da série de reportagens publicadas por ZH.

– Estamos em fase de investigação da ocorrência, procurando descobrir os autores do fato – disse Silvio Santos, chefe de investigações da 4ª Delegacia de Polícia de Canoas. Ele afirma que ainda não tem o resultado do exame de corpo de delito em Alemão.

Contatado por ZH, Alemão preferiu não se manifestar sobre o episódio. Zóio falou por telefone:

ENTREVISTA

“Mentira. É mentira”
Cristiano Roballo Brum, o Zóio


Apontado por Alemão como invasor de sua casa, Zóio nega com veemência o incidente registrado na polícia. Contatado por telefone na tarde de ontem, o número 2 da Geral disse que procuraria Alemão para esclarecer o que houve.

ZH – Alemão disse que você invadiu a casa dele e o ameaçou de morte. Isso aconteceu?

Zóio – Mentira. É mentira. Capaz que tem isso? (risos).Vou até falar com o Alemão. Não houve nada.

ZH – Quando foi a última vez que você falou com Alemão?

Zóio – Não tive nenhum contato com ele desde que eu saí da torcida. Vou ligar para ele e ver o que aconteceu.

BM determina: Geral sem instrumentos

LUÍS HENRIQUE BENFICA

Não será apenas na partida contra a LDU, dia 30, que os torcedores da Geral serão impedidos de levar à Arena seus instrumentos, bandeiras e trapos. A proibição já será posta em prática no primeiro jogo do Grêmio como mandante no Gauchão, dia 24, às 19h30min, contra o Canoas.

– Ainda não sabemos por quanto tempo a determinação irá valer. Mas é certo que haverá forte restrição já no primeiro jogo, como punição pelo ocorrido na inauguração – disse a ZH ontem o coronel Alfeu Freitas, comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC).

A maior preocupação da Brigada Militar é com os instrumentos. Freitas recorda que alguns deles chegaram a ser jogados contra brigadianos.

O Grêmio, por intermédio do vice-presidente Nestor Hein, designado por Fábio Koff para negociar com as torcidas, reitera sua decisão de cadastrar todos os integrantes de organizadas. Estão cancelados subsídios como ajuda a viagens e distribuição de ingressos.

A Promotoria de Defesa do Consumidor exigirá que as câmeras de segurança da Arena funcionem em sua totalidade o quanto antes. O promotor Rossano Biazus destaca o caráter pedagógico dessa medida, que inibirá a ação de arruaceiros.

– A imprensa fez seu papel ao divulgar as suas próprias imagens da briga. Mas é responsabilidade do Grêmio e da empresa Arena Porto-Alegrense fazer essa fiscalização – afirma.

Das 90 câmeras de segurança da Arena, apenas 30 funcionaram na inauguração. As cenas da briga foram registradas pelo equipamento da BM.

Amanhã, às 14h, a promotoria ouvirá da direção do Grêmio quais as medidas do clube para exercer maior controle sobre as organizadas.

– O que aconteceu na inauguração não pode se repetir – diz Biazus.

sábado, 5 de janeiro de 2013

OPINIÃO: COMO EVITAR CONFUSÕES PROVOCADAS POR TORCIDAS ORGANIZADAS?


ZERO HORA 05 de janeiro de 2013 | N° 17303

DEBATESZEROHORA.COM.BR

O que deve ser feito para evitar as confusões provocadas por torcidas organizadas?

As torcidas organizadas precisam ter a consciência de que sua contribuição ao time é enorme, mas que a violência não combina e não é mais tolerada nem mesmo entre os outros torcedores. Andreas Richter Weber estudante – Porto Alegre

Acabar com elas! Na multidão se escondem esses torcedores profissionais, verdadeiros criminosos. Décio Antônio Damin Médico – Porto Alegre

As torcidas organizadas podem continuar. Mas quem cometer atos alheios ao futebol deve ser severamente punido. Sérgio Lo Iacono Galvani Jornalista – Bagé

Eliminar. Os responsáveis por elas são os próprios clubes, que as financiam. Claudiomar Freitas Vieira Aposentado – Porto Alegre

Torcida organizada é a que vai aos estádios para torcer e não premeditando briga e até morte. Natal Marchi Funcionário público – Rio do Sul (SC)

O processo de extinção das torcidas e de elitização do futebol caminha a passos largos no Brasil. Salve-se quem puder até 2014. Giancarlo Petry Erechim

A tática da BM que pretende desarmar a torcida gremista, retirando-lhe seus instrumentos musicais e faixas de pano, é a mesma do marido traído que encontra a esposa sobre o sofá com o amante e resolve vender o sofá. Márcio Pasa Médico – Porto Alegre

Conscientizar as torcidas organizadas de que elas fazem parte do espetáculo, mas serão afastadas se não agirem dentro das normas exigidas pelos clubes. Alda Pegoraro Roeder Dona de casa – Nova Prata

Segurança com profissionais pagos e câmeras de vigilância; acabar com o patrocínio dos clubes. A torcida organizada faz mais mal do que bem para os clubes. Jones Moraes Médico – Santa Maria

Uma das soluções seria o constante monitoramento por câmeras, desses elementos para o consequente banimento dos que provocarem os tumultos. Daniel Ferreira Aposentado – Encruzilhada do Sul

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - A melhor medida é uma LEI rigorosa aplicada por uma justiça ágil, coativa, perseverante e comprometida com a ordem pública. Sem esta medida toda e qualquer iniciativa de prevenir ou conter este "vandalos"  do futebol serão inúteis. O exemplo vem da Inglaterra onde os holiganismo foi praticamente extinto.