sábado, 17 de dezembro de 2011

SEGURANÇA DA COPA NO BEIRA-RIO

ENTREVISTA. Copa segura 2,4 mil homens no Beira-Rio. Seguranças privados atuarão em conjunto com policiais militares, civis e federais nos jogos do Mundial de 2014 - RODRIGO MÜZELL EDITOR DE COPA, ZERO HORA, 17/12/2011 É de um gaúcho a responsabilidade de traçar, no Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014, todo o plano de segurança dos estádios nos jogos do Mundial. Hilário Medeiros, 49 anos, trabalha em um modelo inédito para 2014. 

A cada jogo no Beira-Rio, cerca de mil policiais vão se somar a outros 1,4 mil seguranças privados em um trabalho integrado. Será quase cinco vezes mais do que a quantidade de policiais militares empregada em um Gre-Nal decisivo – cerca de 500 homens. 

 À frente de uma equipe de 10 pessoas que deve subir a 50 nos próximos dois anos, Medeiros trabalha desde 2009 em conjunto com governos federal e estaduais delineando as necessidades de segurança para a Copa. Os profissionais que estarão a cada jogo no Beira-Rio farão tarefas como a segurança normal, nas arquibancadas, a orientação dos locais dos assentos para a torcida e a revista também fora do estádio. 

Durante a Copa, o torcedor não verá brigadianos com cachorros à beira do campo ou nas arquibancadas: a Brigada Militar terá grupos posicionados em locais discretos e estratégicos. Vai agir apenas em caso de uma confusão maior entre torcedores, ou para realizar uma prisão. – É como em um shopping ou em um teatro. Se há um assalto, a segurança privada faz a contenção em um primeiro momento, mas quem prende é a polícia militar – explica Medeiros. 

 Na quinta-feira, o Estado definiu que a proporção de policiais nos jogos da Copa também será maior, apesar do reforço privado. Haverá um policial – contando militares, civis e federais – para cada 50 torcedores. 

Segundo o coordenador de Segurança Pública do Comitê Gestor gaúcho para o Mundial, coronel Erlo Pitrosky, os jogos da Copa têm um grau bem maior de exposição. – Precisamos de atenção redobrada para não colocar a imagem do país em risco – afirma Pitrosky. Aposentado há dois anos e meio, Medeiros atuou por mais de 20 anos na Polícia Federal, pela qual fez a segurança dos presidentes Fernando Henrique e Lula em eventos – o gaúcho fez cursos de proteção de autoridades no Canadá e na França. 

Nos Estados Unidos, foi treinado pela CIA para atuar em grandes eventos, como no Pan-Americano de 2007, no Rio, quando coordenou a segurança. Na ocasião, seu grupo atuou em favelas dos complexos do Alemão e da Maré, identificando líderes comunitários e tentando uma aproximação com a comunidade que, depois, foi aprofundada pelos projetos de Unidades de Polícia Pacificadora do governo do Rio. – Nossa tarefa não era proteger a cidade do Rio, mas os jogos. E conseguimos, com ações pontuais – conta Medeiros.

sábado, 10 de dezembro de 2011

EXCLUIDAS TORCIDAS ORGANIZADAS QUE BRIGARAM EM JOGO FESTIVO

Internacional excluiu duas torcidas organizadas após briga em jogo festivo no Beira-Rio. RBS Notícias - 8/12/2011

A Polícia vai pedir as imagens do Circuito de Segurança do Beira-Rio para identificar os responsáveis pela briga. Três torcedores ficaram feridos, um foi esfaquedo.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

INTER REPROVA VIOLÊNCIA BANINDO TORCIDAS BRIGUENTAS


TORCIDAS BANIDAS. Violência reprovada. Embora as organizadas Guarda Popular e Popular do Inter estejam banidas devido a confrontos que deixaram dois feridos no Beira-Rio, seus integrantes poderão seguir frequentando o estádio - LEANDRO BEHS, ZERO HORA 09/12/2011

A despedida festiva do atacante Fabiano Souza marcou também o fim das torcidas Guarda Popular e Popular do Inter. Na prática, porém, os seus integrantes poderão seguir frequentando o estádio e assistindo às partidas, como sócios ou comprando ingressos.

A partir de hoje, a 20ª DP passará a intimar suspeitos, vítimas e testemunhas das brigas de quarta-feira todos reconhecidos com a ajuda das câmeras de segurança do Beira-Rio. Segundo a delegada Sílvia Coccaro de Souza, os agressores poderão ser indiciados por causar lesões de grau leve ou grave este segundo caso, pode resultar em prisão.

Após a conclusão do inquérito policial, o Inter pode excluir do clube os sócios envolvidos.

Ontem, o clube oficializou o fim das benesses aos dois movimentos, como ingressar mais cedo ao estádio, utilizar faixas e trapos, além de instrumentos musicais, mais salas para armazenar este tipo de material.

A medida foi tomada após as agressões que teriam partido do líder da Guarda Popular, Jorge Roberto Gomes Martins, o Hierro, a integrantes da Popular do Inter. As torcidas ficam lado a lado no estádio. Dois torcedores registraram ocorrência na polícia contra Hierro, ambos por agressões.

A briga de quarta-feira foi o desfecho de rusgas que se iniciaram em janeiro, quando dissidentes da Guarda Popular voltaram aos jogos como Popular do Inter. No Gre-Nal de domingo, Hierro estendeu a faixa atrás do gol do placar: “A barra do Hierro”, como se ele fosse dono da torcida.

Os irmãos Christian e Claiton, o Master, Castro, dois dos fundadores da Guarda Popular, em 2004, e líderes da dissidência, arrancaram a faixa, o que teria ferido o ego de Hierro e causado a briga entre os colorados antes do clássico.

– O Hierro surgiu correndo na arquibancada e gritando “quem é o Portão 4 (onde se localiza a dissidente, Popular do Inter)?”, partiu para cima de mim e, com uma espécie de estilete amarelo, tentou acertar o meu rosto. Levantei o braço para me proteger e acabei tendo o antebraço cortado. Levei 15 pontos e terei que passar por uma cirurgia. Perdi o movimento dos dedos anular e mínimo da mão esquerda – relatou o torcedor conhecido como Brum, 20 anos, que desde o começo do ano frequenta a dissidência e que registrou ocorrência contra Hierro na polícia.

A pedido da família, Brum não deverá mais ir aos jogos do Inter nos próximos meses.

Outra vítima, um torcedor de 40 anos, que não é vinculado a qualquer torcida e pede para não ter o nome divulgado, filmava a confusão na área interna do Portão 4. Naquele momento, foi agredido por Hierro e por mais um torcedor.

– Vi o Hierro correndo pelo corredor do Portão 4, em direção à saída e batendo em todo o mundo. As pessoas gritavam: “Ele tem uma faca”. Comecei a filmar. Ele passou por mim, viu que estava registrando tudo, e me deu um soco no rosto. Caí e passei a receber socos e voadoras do Hierro e de mais um torcedor. Meus amigos tentaram apartar e o Hierro saiu correndo. Na frente do estádio havia um táxi esperando por ele. Entrou no táxi e sumiu – contou o torcedor.

Testemunhas anotaram a placa do táxi, que consta na ocorrência policial.

Como a repercussão foi grande a Ouvidoria do clube recebeu mais de mil e-mails exigindo medida, a direção decidiu excluí-las de seu cadastro.

– Estas brigas vêm desde janeiro. Agora, passou dos limites, por isso a nossa decisão – disse o delegado de polícia Luiz Fernando Martins de Oliveira, que também é diretor de torcidas organizadas do Inter. – Também será proposta a exclusão do quadro social. Mas vamos aguardar o inquérito. Vamos esperar a posição da Polícia.

Segundo Oliveira, o Inter não financia as torcidas.

Christian Castro, um dos líderes da Popular do Inter, questiona a exclusão e promete uma ação judicial para o retorno da torcida.

– Nossa exclusão é uma barbaridade. Esse ato demonstra a fraqueza da direção do Inter. É mais fácil fazer isso que comprar briga com o Hierro e expulsá-lo. Sempre cumprimos as exigências da direção – protestou Christian.

Contraponto. Através de telefone e por mensagens pela internet, Zero Hora tentou ontem contato com Jorge Roberto Gomes Martins, o Hierro, suspeito das agressões, mas não obteve retorno.